segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Verso Mudo

Verso Mudo

Duelo de palavras mudas
Faca curta
Peito aberto
Nas entranhas do deserto
Com o gosto do intragável
No olhar a indomável
Sede de confiança
E em cada lado da balança
Um tanto de sentimento
Tão pesado quanto o vento
E tão firme como agua
Afiado com a faca
Cega que ja não corta
Chave velha enferrujada
Que nunca abriu uma porta
Verso tosco
Rima torta
Poema de desabafo
Nas entranhas o deserto
Com gosto do intragável
Atitude imperdoável
Só de um lado da balança
Medo, fome e esperança
Na saudade tão sentida
Um punhado de agua e sal
Em cima da minha ferida
Enfermo sem cura
Vida comprida
E o destino do que eu sinto
Nas mãos de uma indecisa.

Ciço .Poeta, dez de agosto de dois mil e nove, dez e cinquenta e oito.

Um comentário:

  1. Mas por que datar um poema? Os poetas que põem datas nos seus poemas me lembram essas galinhas que carimbam os ovos... Mario Quintana.

    A propósito, gostei da melancolia. rsrs.

    ResponderExcluir