quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Poesia Livre

Olho pra o relógio e penso
O que serei no futuro
Sozinho num quarto escuro
Querendo falar de mim
Querendo dizer que o fim
Meu fim, vai ser bem distante
Embora eu não possa ver
E nem mesmo consigo crer
Quero que penses assim
Quero que penses em mim
Com alguém de sentimentos
Que sabia escrever
O que alguém queria ler
Mesmo que ninguém queira me ler
Quero ter que escrever
Para existir pra sempre
Para que um dia alguém lembre
Que um dia eu existi
E que um dia escrevi
Algo que ninguém queria ler
Quero assim poder crer
Que você ja leu também
E comentou com alguém
Nem que seja que odiou
Isso tudo que escrevi
Que foi eu mesmo que li
E ja reli varias vezes
Que me sinto um pouco só
Esquecido e sem futuro
Que estou num quarto escuro
E quero falar de mim
Pois tenho medo do fim
E de não saber quem sou
Mas você sabe que fui
Pelo menos um escritor
Que escreveu um texto
E você leu só um trecho
E então lembrou de mim
Mesmo quando eu tive fim
Meu texto permaneceu
Embora eu quisesse que eu
Permanecesse também
Muito mais e muito além
Que as palavras do poema
Que as folhas, que as penas
Que as nuvens lá do céu
Que a chuva, o calor
O outono, a primavera
O cheiro fresco da terra
Molhada no fim da tarde
Trilha sonora de novela
Fim do dia
Fim da guerra
Fim de tudo que se foi
Se lembre que escrevi
Esses texto que eu só li
E reli para postar
Mesmo se ninguém gostar
Eu ja fiz
Pois quis fazer
Pois eu gosto de escrever
E se leu até aqui
Então gostou de ler
Esse testo que escrevi
E que ninguém mais vai ver
E nem saber que escrevi
E me senti bem melhor
Chegando até aqui
Obrigado por se sentir
Como me senti também.

Ciço .Poeta, 28-12-2011, 01:09

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dança




Com as mãos para o céu
Rodopia no ar
Bailarina encantada
Que me encanta ao dançar
E dançando ela chega
E se vai sem parar.

Ciço .Poeta, 07-12-2011, 23:40

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Fui nos dias que passaram.




Andei pela contramão do meu destino
Olhando para o que tenho feito todo esse tempo
Andei pelos dias tristes e olhei bem nos meus olhos
Cruzei com os motivos infelizes, e ceguei de ódio

Vi as opções que não escolhi, cada uma em uma porta
Tentei abrir, inutilmente, não abrem mais.
Andei mais, fui bem para trás
Passos largos em direção ao dia mais feliz
Antes de chegar, vi o dia em que me arrependi
Resolvi voltar e deixar para traz, o que lá deve estar
Meu passado é não lugar para se visitar
Nem para lembrar, só para ser passado
E deixar para lá, quieto, deslembrado.

Fui ao meu passado, trouxe comigo rios de lagrimas
E dores que eu pensei que não pudesse sentir mais.

Ciço .Poeta 01-12-2011

Esses poema que escrevi me fez lembrar das poesias da minha irmã, Samara Lemos - Excessoalização.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Musica: HAD - Ciço .Poeta

HAD by Ciço .Poeta

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Nunca aconteceu nada de mais na minha vida
E as minhas feridas eu mesmo sempre soube curar

Nunca quis fugir mesmo tendo saída
A razão da minha vida é ter você pra me amarrar

Sempre quis dizer mas você não entenderia
Que o que eu queria não era mais estar lá

Qualquer coisa que eu dissesse era mentira
Porque você não acredita em mais nada que eu falar.

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Eu to ligado que você não ta ligada
Que a parada tá errada e você tem que entender
Então preste atenção no que eu vou lhe dizer
Que hoje eu estou bem e não preciso de você
Muito tempo eu dediquei cuidando de sentimentos
E você não se importou nunca em nenhum momento
Com folhas ao vento eles foram para longe
Deixando um grande vazio onde eu guardei seu nome
As pedras do caminho eu fiz questão de recolher
Queimei todas as fotos em que estava com você
Foi um grande sacrifício mas eu tive que fazer
Ter que me livrar de alguém que eu jurei nunca esquecer

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Hey you, look for me
I don't need in your side
My heart is as the stone
And i'm not never alone

Ciço .Poeta

Musica: Sem Ter Você - Ciço Poeta

Sem Ter Você by Ciço .Poeta

Nunca pensei que eu fosse entender
a vida
como ela é, como ela é?
Sempre achei, que houvesse uma saída
E onde ela é, onde ela é?

Eu vejo todo dia na TV
Gente morre toda hora
E eu só penso em você
Dá saudade e um aperto no coração
De não saber se outra vez vou segurar a sua mão,
então...

Saiba que eu sempre estarei pensando
Em nós dois(4x)

Nunca pensei que eu fosse me safar
Me dar bem ou ter sucesso
Tentado te enganar
Agora eu sei, que eu estava certo
Eu era bem mais feliz quando tinha você por perto

Meus olhos queriam te ver a minha mão tremia
Outra mulher sem você minha boca não queria
Quando eu tentava te esquecer meu coração doía
Eu não sabia o que fazer e mesmo assim fazia.

Saiba que eu sempre estarei pensando
Em nós dois(4x)


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cores



O tudo, o todo e o sempre
É obra de arte eterna
Pinturas que os deuses pintam
Com tinta por toda a terra

De azul pitaram o céu
De branco as nuvens de algodão
De preto a noite escura
Da mesma cor de carvão
E os sonhos pitaram todos
Da cor da imaginação

Pitaram os olhos brancos
E no centro uma outra cor
Mas se ficam tristes mudam
Pra cor do sol quando se por
Com uns tons avermelhados
Que a tristeza pintou

Da cor da água é o ar
Da cor do céu é o mar
Como se escorresse a tinta
Na hora em que foram pintar
Acharam que ficou bom
E assim deixaram ficar

O verde é a cor das matas
Que o homem insiste em apagar
E a cor que os deuses escolheram
O homem faz questão de mudar
E onde há cor tão alegre
Cores tristes dão lugar

A paz é branca como a luz
E a luz é a cor que pinta o dia
E por ser branca a lua prova
Que mesmo a noite sendo fria
Um dia quente virá
Na luz que ela refletira

Tudo que a gente enxerga
Pode ser tido como arte
E arte está a nossa volta
Exposta em toda parte
No todo, no tudo e no sempre
Obra eterna de arte.

Ciço Poeta, 17/10/11

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quero você




Quero entrar nos teus sonhos
Viver teus desejos e ser teu amor
Quero tornar-me um contigo
Ser mais que um amigo sem nenhum pudor

Quero ser a luz dos teus olhos
O chão que caminhas pra o caminho que for
Quero o seu ar de riso,
Correr os seus riscos e sentir sua dor

Quero ter o medo que sentes
Sem ser diferente, quero ter sua cor
Te quero em cena, indecente
Se assim me consente, ser seu diretor

Quero segurar tua mão
Esperar no portão e ser teu cobertor
Quero um prato na mesa
Ser a sobre-mesa que você preparou

Quero sorriso espontâneo
Ser o par do tango que você ensaiou
Quero dormir na tua cama
E ouvir que tu amas o homem que sou

Quero que em um pesadelo
Eu acorde ligeiro e te veja ao meu lado
Quero ser tua pareia
E pra vida inteira viver encangado.

Ciço Poeta



Me inscrevi no concurso de poesia Prêmio Alt Fest ! com esse poema, mas não fui classificado, não cheguei a ficar nem entre os 50. O amor está fora de moda e eu ultrapassado com meu romantismo, mas é isso, espero ter mais sorte nos outros concursos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Emanuelle Cavalcante Pereira



Como a brisa da manhã,
Alegre e contagiante
Deveria durar mais.
Mas se foi muito antes.

Com sorriso verdadeiro
E conversa envolvente
Muito antes, esfriou
Mas deveria estar quente

Nos deixou assim, sem mais
Com seu carisma incomparável
Uma bondade sem tamanho
E reputação invejável

Não negava atenção
Nunca a vi sem ser sorrindo
E sorria em retribuição
Quando sempre a via vindo

Mas se foi, cedo mais
Ela que nos contagiava
Quando via alguém triste
Tanto insistia, que alegrava

E viveu mais que muita gente
Nesse tempo, um tanto curto
Trouxe felicidade, e agora falta
Nesse velho e triste mundo

Em bom lugar tu estarás
Lá no céu, perto de Deus
Pois pra sempre viverás
Nas lembranças dos amigos teus.

Adeus, Manu.

domingo, 23 de outubro de 2011

Veneno


Assustador, é teu veneno.
Morro de medo.
E mesmo assim, o bebo.

Ciço .Poeta, 23/10/2011, 23:40

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Frases

O poeta encontra inspiração em três lugares: No amor, na tristeza e em garrafas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Frases

Prefiro calar-me diante de argumentos estúpidos a cometer a estupidez de tentar argumentá-los.

sábado, 1 de outubro de 2011

Musica: Pode Ser

Pode ser by Ciço .Poeta

Pode ser - Ciço .Poeta


Pode ser que o futuro seja incerto
E você ache que o certo seja deixar pra lá

Pode ser que amanhã o sol não nasça
E a gente rega com cachaça pro sonho continuar

Pode ser que a ilusão seja desfeita
E a receita para a vida seja reinventar

Pode ser que a noite venha sem estrelas
E por essas incertezas a gente tem que brilhar

Pode ser que tudo seja assim
Pode ser que eu possa ver o fim
Se a verdade é dura pra se revelar
Quero uma incerteza para acreditar

Musica: Veja Só

Veja Só by Ciço .Poeta


Veja só - Ciço .Poeta

Eu não sei o que aconteceu
Bastou um olhar para eu me apaixonar
O sentimento foi mais forte do que eu
E agora só me resta te pedir pra namorar

Eu não me importo se seus pais não aceitarem
Pois eu sou um bom rapaz e eles logo vão perceber
Eu te conquisto e depois conquisto eles
Enfrento qualquer coisa pra estar perto de você

É no seus olhos que eu vejo meu universo
Meu mundo se completa quando você está por perto
Até de olhos fechados eu consigo te encontrar
Meu coração dispara quando te sinto chegar

Então segura a minha mão
Quero estar com você de alma e de corpo inteiro
Vou te amar no inverno e no verão
E ter o seu calor de janeiro a janeiro

Veja só como seria bom
Se no mundo não houvesse inveja nem falsidade
E no lugar da tanta vaidade
Apenas existisse Paz, Amor e Liberdade

Veja só Veja só
O mundo assim seria bem melhor
Veja só veja só
O mundo assim seria bem melhor

Musica: O Tempo Fez Amar

O Tempo Fez Amar by Ciço .Poeta


O tempo fez amar - Ciço .Poeta


Sei que muito tempo se passou
E o meu amor só aumentou
E não há nada que possa mudar

Enquanto muita gente via e dizia
Que eu poderia com isso me machucar

Já era impossível eu sair ileso
Pois estava preso ao encanto do seu olhar

Estava acorrentado totalmente atado
Escravizado e condenado para sempre
A te amar

Foi um golpe duro no meu peito
De um jeito tão certeiro
Que eu não pude nem me esquivar

E agora, lá fora o tempo faz questão se atrasar
Gosta e adora, faz tudo ficar lento pra me maltratar

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Amor e Orgulho.

Gustave Doré (1832-1883)
Os sete pecados capitais

Tens no peito um grande peso,
Que mal consegues sustentar.
Não cabe amor onde há orgulho,
Se há orgulho, amor não há.

Ciço .Poeta, 28/09/2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Caetés - A Cidade Encantada II







Moro em uma cidade
Que revive o passado,
Que faz de conta ser um reino
De um monarca iluminado
Seu nome não poderia
Ser mais que isso apropriado
Pois se chama Caetés*
Esse pequeno reinado

É copia de seu país
Miniatura da nação
Canta o hino, hasteia bandeira
Pratica corrupção
Rouba do pobre e dá a o rico
Veja que contradição
O inverso de um Robin Hood
Radicado no sertão

No tabuleiro de xadrez
O rei sempre está presente
Um xeque-mate é o final
Da partida, assim se entende
Mas se fosse um tabuleiro
Caetés era excelente
Xeque-mate era impossível
Com o rei estando ausente

Carrega o nome de um poeta
Dos melhores do sertão
Mas se for pra igualar
É triste a comparação
Zé da Luz** era um sábio
um simples homem do sertão
Que só roubava do povo
Suspiros de emoção

É irmão, filho e sobrinho
Vivendo na mordomia
Enquanto o povo sofre
Passa aperreio e agonia
É que em Caetés não tem
Para os doentes valia
Pois medico e hospital
Só na cidade vizinha

E nesse reino é assim
O monarca é encantado
Vem de quatro e quatro anos
Tapear o eleitorado
Dizer que vai melhorar
E tapear muitos coitados
E o resto dos seus votos
Garanto que são comprados

Quem abre a boca pra falar
Escancarar as verdades
"É bicudo, ta mentindo,
São os lisos da cidade"
Assim a corte se defende:
"É mentira, é falsidade!"
Quem tem o poder nas mãos
Tem para si a vantagem

Muito poucos são os projetos
E assim mesmo muito caros
Mas foi parente do monarca
Tem casa boa e bom carro
Comprados com o dinheiro
Que do seu povo foi roubado
Até a merenda das escolas
Vai pra o endereço errado

E assim é a cidade
Que parece monarquia
Alguns sustentam a esperança
De viver melhores dias.
Nesse reino de mentiras
Falcatruas e covardias
Caetés é um exemplo
De corrupção e ousadia.

Ciço .Poeta, 16/09/2011

Poema especialmente feito a pedido de Hadriel Ferreira. Espero que goste.

Notas:

*: Os caetés (Kaeté) eram um povo indígena tupi-guarani brasileiro.
Os índios desta tribo, que praticava o canibalismo ritual, comeram o primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha, cujo navio em que regressava a Portugal naufragou nas costas da foz do rio Coruripe, junto a outros cem náufragos.



**:Severino de Andrade Silva (Itabaiana, 1904 — Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1965), mais conhecido como Zé da Luz, foi um alfaiate de profissão e poeta popular brasileiro.

Publicava suas obras em forma de literatura de cordel.
Principais obras:

Brasi Caboco
A Cacimba
As Flô de Puxinanã
A Terra Caiu no Chão
Ai! Se Sêsse!..

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Obrigado, leitores!

Venho, pela primeira vez, agradecer ao todos que leem o meu blog, alguns por acaso (usei o método de inserir imagens no blog para atrair as pessoas quando buscam imagens no google. rsrsrs), e outros, que como posso dizer, ja são fregueses da casa, há também aqueles que não só leem como também divulgam muito minhas obras, listarei alguns deles aqui, espero lembrar de todos que me ajudam, vamos lá:
Em primeiro lugar, a quem eu mais devo agradecer é ao professor Rafael Brasil, Faé, pai do meu grande amigo Tiago, que ao ler minhas poesias pela primeira vez, antes mesmo de eu ter criado qualquer blog, quando minha poesia ainda procurava um rumo, me incentivou! Passado alguns anos ele, professor Rafael Brasil, continuou me incentivando e divulgando meu blog, entre familiares, amigos e leitores do seu blog, que é de onde vem grande parte das visitas que recebo, por isso, muito obrigado Faé!
O blog dele para quem quiser ler é esse:
Rafael Brasil
Artigos e noticias da aldeia global, da província e o escambau.
Devo também agradecer a Hadriel Ferreira, outro caeteense que muito divulga meu blog, no seu:
Espaço Livre De Bobagens.
''Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada''. Friedrich Nietzsche
Agradecer também a minha irmã, minha querida Samara Lemos, futura Biomédica que escreve poesia e me divulga no seu blog:
- Excessoalização!
Imagine um mundo sem informação, excessos de nada, sem nenhum tipo de alienação... Quem suportaria tal tipo de vida? Excessoalize, excesso de informação!
Agradeço também ao meu bom e velho amigo, Felipe Correia, do blog:
Obrigado a linda da Thaisa Karla, que sempre lê meus poemas e da RT no twitter, ela também escerve, as vezes, no seu blog:
Again.
Novamente. Novamente você acordou, fez suas coisas, deitou e dormiu. Novamente você está aí, lendo alguma coisa.
Agradeço também a professora Klébia Sampaio, Tia Klébia, que foi minha professora de literatura no colégio Diocesano de Garanhuns, sempre me incentivou e divulgou meu trabalho, como continua fazendo, ela tem o blog:
JARRIM DE FULÔ
Um bucadin de tudo!!
Quero agradecer também ao pessoal do site do Festival Da Palavra, que depois de ter sido indicado a eles por Tia Klébia, tive alguns poemas publicados no site, infelizmente não pude participar do Festival Da Palavra por uma questão de tempo, e disponibilidade minha durante o dia, para as apresentações pela cidade, mas fiquei muito feliz e satisfeito em ter meus poemas publicado no site, este:
Quero agradecer aos meu antigos professores e amigos do Colégio Diocesano, meu professor de fisica, Mário. Minhas professores de literatura, Klébia e Mônica. Professores de história e filosofia, Valdemir e Jailton. O professor de informática, Cláudio. As professoras de inglês, Duvane e Wilksonita. O eterno porteiro,digo, assistente de coordenação e mais novo professor de história, Douglas.
Obrigado a todos os meus amigos que me fizeram continuar escrevendo, mesmo aqueles que ja não estão mais entre nós, obrigado Lucas, onde quer que você esteja!
Obrigado.

Sonhando



Despi minhas ilusões
 De toda logica e razão
  Separando meus desejos
   De qualquer limitação

    Deixei fluir os sentimentos
     Que inundaram a visão
    Bloqueei meus pensamentos
   Entre a cabeça e o coração

  Senti o cheiro dos meus sonhos
 Ouvi o som da minha vontade
Naveguei no mar do tempo
 Anulei a gravidade

  Fui feliz e delirei
   Me deitei ao pôr-do-sol
    Fiz da lua um abajur
     E do céu fiz meu lençol

    Quando adormeci sonhei
   Que estava acordado
  Vivendo em um pesadelo
 Onde o querer era pecado.

Ciço .Poeta, 05-09-2011, 02:47

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Medo


O Medo disse adeus,
Levantou e foi embora.
Botou o chapéu na cabeça
E caminhou estrada a fora.
A parte que era dele
É o Amor quem cuida agora.

Ciço .Poeta, 26/07/2011, 21:57

sábado, 23 de julho de 2011

Mas se quiser eu digo só "Eu te amo"


O amor que sinto é tanto
Que numa vida só, não cabe
É como fogo ardente, queimando
Se medir com universo, não da metade
E o sol vai se apagar primeiro
Antes que esse nosso amor se acabe.

Negar o amor que sinto por você é se fazer de doido
Ainda que perca a memória não tem como lhe esquecer
Nosso romance da uma história, vou escrever
Cada dia que se passa é um trecho
Cada verso apaixonado vem de um beijo
E um dia no futuro, vão dizer
Que amor igual ao nosso não existiu
Quando a luz do sol se dissipar
E a humanidade, mesmo depois de findar
Vão saber o que esse poeta sentiu
Ouvindo a musica do nosso amor ecoar
Em cada canto do infinito vazio.

Nem Deus, sabendo dessa história,

Vai guardar a emoção dentro do peito
E vai fazer durar pra sempre essa lembrança,
Santificando esse amor mais que perfeito.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Musica "Não Há" - Ciço .Poeta

Não Há by Ciço .Poeta

Não há - Ciço .Poeta

Ja senti vontade de morrer
Sem saber porque
Ja senti Saudade de você
Sem ninguém saber

E o que dói mais é vontade de ir embora
Sem coragem pra levantar
E dizer que o amor está lá fora
E aqui dentro não há
Não há vontade de ficar
Não há prazer em te beijar
Não a verdade no olhar
E o que me falta falar é


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Festival da Palavra

Palavra?

Este é o blog do Festival da Palavra, evento literário promovido pela Secretaria de Cultura de Pernambuco dentro do Festival Pernambuco Nação Cultural.

A cada edição, com a parceria de escritores, Academias de Letras e coletivos literários das regiões por onde passa, o Festival da Palavra desenvolve ações de formação e de difusão da produção literária pernambucana contemporânea.

Poetas, prosadores, recitadores e contadores de histórias: o povo da palavra em torno de um festival de letras vivas, letras pulsando em cada canto. Confira as ações previstas no Festival da Palavra.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Toada da Engenharia



Não nasci pra ser doutor
Mas não tive opção
Hoje o tempo mudou
O cenário do sertão
Me criei pegando gado
Ver pasto pra todo lado
Era minha alegria
Mas devido as circunstancias
Hoje busco a esperança
Nos campos da engenharia

No passado eram feitas
Varias casas de barro
As estradas eram estreitas
E não se passava carros
Hoje em dia evoluiu
Até espanta quem viu
Aquele mundo atrasado
Com a tecnologia
Nos campos da engenharia
O sertão está mudado

As secas de antigamente
Hoje não sabem o que é
Ainda vem na minha mente
Aquele monte de mulher
Com os baldes na cabeça
E pra que ninguém esqueça
De que aquilo era uma agonia
Hoje a água é encanada
Chega direto nas casas
Graças a engenharia

Mas também eu não joguei
Meu velho chapéu de couro
Minha raiz não deixei
Vaquejada ainda corro
Faço calculo e desenho
Mas não esqueço de onde venho
Disso eu lembro todo dia
Quem vê não acredita não
Na faculdade um matutão
Estudando engenharia

Eu quero chegar bem longe
Nos projetos que eu fizer
Não ver mais sofrer os homens
E muito menos mulher
Preservar a natureza
Acabar com a incerteza
De colher a plantação
Canais para irrigar
Ver esperança brotar
No coração do sertão

Eu quero deixar bem claro
Que o nordeste ainda sofre
É preciso mais trabalho
De homens honestos e nobres
Todo inverno é assim
Um sofrimento sem fim
A água castigando o povo
E o povo é inocente
No canto que deu enchente
Constroem tudo de novo

Profissional é o que não falta
O que falta é atitude
Por essa questão em pauta
Pra que a situação mude
Tudo hoje evolui
Morar na beira do rio
Não é mais necessidade
Pois quando o rio da uma cheia
Das casas encobre as telhas
Acabando com a cidade

Correntes em pernambuco
Quebrângulo em alagoas
A água levou quase tudo
Casas pontes e pessoas
Acabou com o comercio
Transformado em sem-teto
Gente que tinha mansões
É bom escolhermos bem
Na hora de votar em alguém
Nas próximas eleições

Me perdoe meu caro amigo
Sair do tema da toada
Pode até ser um perigo
Falar de obras planejadas
Que já foram pagas a tempo
E nunca em nenhum momento
Chegaram a sair do papel
Só restam as construções
Que mais parecem lixões
Abandonadas ao léu

Tenho exemplos a dar
Mas não vou citar nenhum
Pois em tudo que é lugar
Cabra ruim sempre tem um
Pra entregar pro culpado
Quem ta falando do errado
Que de certo esse já fez
E a historia do poeta
Cedo e antes da época
Se torna em "era uma vez"

Engenharia civil
É um profissão honrada
E pra pagar os meus estudos
Meu pai fez longa jornada
Trabalhou limpando roça
Levou madeira nas costas
Pra chegar onde chegou
E me deu o que não teve
Sendo esse o sonho dele
Pois ele não estudou

Me chamavam de doutor
Antes mesmo de eu falar
Meu caminho ele traçou
Quando eu nem sabia andar
E para ter merecimento
Vou chegar ao momento
Que ele tanto queria
Ver o seu filho formado
Conhecido e respeitado
Na área da engenharia

Ciço .Poeta, 19/06/2011, 02:56

sábado, 18 de junho de 2011

Vida e Morte de Agrestina - Zé de Helena (Trecho)

"Com os olhos lacrimosos o poeta se destina
Versa triste e melancólico como quem não se domina."

- Zé de Helena

sexta-feira, 10 de junho de 2011

É estranho imaginar mas acontece


Chuva de gelo no sertão
Fogueira de são joão se apagar
Trovoada sem relâmpago e trovão
Meio dia e o sol se ocultar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Dar dezembro, dar janeiro e nada ainda
Da safra do caju se iniciar
Já no alto do verão e tudo quente
Não ouvir a cigarra a cantar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Olhar pro céu a noite inteira
E nenhuma estrela enxergar
Bem cedo ja perto do sol nascer
E não ouvir o galo cantar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Um rio cortando os sertões
Correndo em direção ao mar
De uma hora pra outra, de repente
O rio de uma vez só, secar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Um matuto nascido e criado no mato
Que não sabe num cavalo se montar
Um vaqueiro tangendo uma boiada
Sem ouvir nem uma vez ele aboiar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Na véspera de São João
Uma fogueira no terreiro não queimar
Não ouvir os tiros das bombas
Nem o forró para as quadrilhas se dançar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Ciço .Poeta, 10 de julho de 2011, 12:54

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pareia Perfeita


Minha pareia perfeita
Vamos se encangar pra sempre
Agarrado e bem juntinho
Ninguém mais aparta a gente!

Ciço .Poeta, 03 de Junho de 2011, 15:06

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Estranha



Uma par de olhos apontados para mim
Fixos na cor da minha camisa
Me olhando como se fossem chorar
Piscando de acordo com a brisa

Me olham sem me enxergar
Me vê mais não me nota
Sussurra algo que não entendo
Mas eu não sei se isso importa

Põe o polegar na boca e fecha mão
Morde a unha e muda de expressão
Passa as unhas sobre o coração
Demostra um sorriso de curta duração

Passa mão no queixo e aperta bochecha
O que ela pensa não posso imaginar
Mas parece que sonha acordada
Um sonho que a faz suspirar

Ajeita o cabelo, desvia o olhar
Põe a mão no pescoço, boceja
Enquanto cobre a boca
Deixa uma lagrima escapar

Enxuga os olhos e levanta
Tira da bolsa a maquiagem
Pinta o rosto para disfarçar
E devagar começa a viagem

Levanta a cabeça e olha para o céu
Depois baixa a cabeça
Olha para trás e me vê
Como que pedisse "me esqueça"

E com seus passos curtos
Quase que sem rumo, ela se vai
Vai embora pra onde não sei
Acho que não a verei mais


Ciço .Poeta, 30 de maio de 2011, 02:26

terça-feira, 24 de maio de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Poesia Livre #02

É no silencio da calada
Que eu posso te ouvir
Sinto as vezes tua presença
Mesmo sem estás aqui
O meu rumo é você
E sem você não sei seguir

Fujo de qualquer lugar
Para estar perto de ti
Nas lembranças que eu tenho
Em todas te vejo sorrir
Se não for pra sonhar contigo
Não tenho porque dormir

Meu sorriso só se abre
Quando te vejo sorrir
Minha alma se desmancha
Quando te vejo partir
Tudo que seus olhos dizem
Só eu posso traduzir

O teu cheiro me alimenta
E minha fome não tem fim
E se hoje eu sou feliz
Mas antes disso eu ja sofri
Tentei ter o seu amor
E finalmente consegui

Ciço .Poeta, 27 de abril de 2011, 13:29

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Frase

Eu odeio o concreto, o imutável, o sólido, o absoluto. Odeio sem fim esses termos todos.

Minha sina é essa

Se por acaso eu deixar
Um dia de escrever
Vou achar melhor morrer
Calado não vou ficar

Se eu relato o que digo
Não temo qualquer perigo
Vou ao fundo do abismo
E confio no que acredito

Minha espada é minha caneta
Minha luta é no papel
O meu limite é o céu
Descrevido em cada letra

Não fujo nunca da guerra
Minha sina é vencer
Lutarei por minha terra
Enquanto ainda eu viver

Minha terra é meu sertão
Minha paisagem seca
Paisagem de extrema beleza
Que Deus fez com a própria mão

Tem uma rica natureza
Fauna e flora sem igual
Que sofre um risco atual
Contra do homem a frieza
Que com toda sua clareza
Continua fazendo o mal
A quem lhe deu comida
Deu moradia e bebida
Sem cobrar nunca um real

O mar vai virar Sertão
E o Sertão vai virar mar
Assim eu ouvi falar
De Padin Ciço Romão
Se é verdade ou não
Lhe cabe acreditar
Que o Sertão vai virar mar
E o mar vai virar Sertão

Escrevo, escrevi, escreverei
Esse é meu jeito de rezar
Por isso não posso mentir
Nas coisas que vou falar
Pois pra algo ser verdade
Só lhe basta acreditar

A fé está em cada um
Onde cada um quiser estar
Minha sina eu sei, é essa
Rimo, rimei, vou rimar.

Ciço .Poeta, 13-04-2011, 23:16

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Poesia Livre #01

Eu falo o que eu quiser
Você escuta o que quer
Se eu for falar de mulher
Não lhe obrigo a escutar
Se eu digo que vou chorar
Não peço ombro emprestado
Escrevo um verso arretado
Te faço chorar também
Faço a rima que couber
Pro tema que eu escolher
Te faço se comover
Quando falo de meu bem
Que me espera toda noite
Pra ouvir um historia boa
Um poeminha bonito
Ou uma cantiga à toa
Ou só pra eu fazer
Companhia para ela
Sentando na sala dela
Vendo jornal ou novela
Falo também nas histórias
Dos problemas que são meus
Falo também dos seus
Se assim me permitir
Posso enfeitar a prosa
Mas Deus me livre eu mentir
Faço pra descontrair
E também passar o tempo
Esse singelo poema
Que lestes neste momento.

Ciço .Poeta, 14-04-2011, 20:32

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Cidade Encantada

Era um vez uma cidade onde reinava a intriga
Onde o prazer do povo eram brigas
Onde a política tinha quatro partes
Uma dos que roubavam, outra dos que queriam roubar
Mais uma dos que reclamavam
E outra que parecia nem ligar

Nessa cidade era tudo encantado
A começar pela verba que vinha do estado
O castelo do rei era longe dali
Mas de longe ele dava as ordens
Que se faziam cumprir

A familia real ao contrario do rei
Morava nessa cidadezinha encantada
Em que as coisas desapareciam e apareciam
Como se fossem mágicas

Eram casas que brotavam do nada
De um dia pro outro estavam lá
Já outras coisas desapareciam
Como por exemplo a merenda escolar
Que tinha tudo do melhor
Para o banquete real enfeitar

A cidade tinha também
Muitas ruas encantadas
E as pedras nessas ruas
Eram todas pedras mágicas
E só os inteligentes podiam
Enxergar as ruas calçadas

Era encantada também a aguá
Que quase nunca faltava
Uma vez por mês ela chegava
Para molhar a esperança
Dessa gente castigada

O povo era muito humilde
Desinformado, inocente
E qualquer um podia
Engana-los facilmente

O rei era muito bom
Nos tempos de eleição
Virava amigo de todos
Se misturava ao povão

Dava moedas a um
Fazia promessas clichês
Apadrinhava casamentos
Abraçava velhos, beijava bebês

Depois da eleição
O rei se encantava
Voltava pro seu castelo
E ninguém mais na cidade o encontrava

E assim era a vida
Nessa cidadezinha encantada
Quando a oposição brigava
Terminava derrotada
Os que falavam de mudança
Viravam motivo de piada

Se alguém falasse demais
Uma ordem severa o rei dava
Ou mandava cortar a língua
Ou da cidade expulsava

E a cidade ia vivendo
Nessa vida acostumada
O povo sem esperança
De ver a cidade mudada
Porque herói salvador nunca veio
Para salvar a cidade encantada
Que vivia com medo e receio
Das garras da realeza malvada.

Ciço .Poeta, 12-04-2011, 13:48

domingo, 27 de março de 2011

Meus Olhos Nos Teus

Gravei a musica em duas versões, não sei qual das duas devo usar, então postei as duas:

1º Versão:



2º Versão:






Meus Olhos Nos Teus - Ciço .Poeta

Am F C E

Ponho os meus olhos nos teus
A fim de sentir pensar

Pra começar a conversar
Sabendo o que quer me falar

Talvez dizer
que pode querer me gostar

Talvez nem sei
Se aqui você queira estar

Imagine só como seria desvendar
Repensando em nós
Recalculando o que falar

Desatando os nós
Sem saber pra onde olhar

Aqui sentando e só
Esperando ela chegar

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Descobrimento

Quantas vezes vi a vida
Sem te enxergar
Fui vivendo desamado
E sem saber amar
Renascido e descoberto
Com o teu olhar
Tão estranho e confuso
Foi te admirar
Olhando os teus olhos negros
Comecei sonhar
Delirando em teus cabelos
A me enfeitar
Aprendendo com os erros
Até te acertar
Bem no fim tive um começo
E comecei a te amar.

Ciço.Poeta, 02-2011.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Muda




Mesmo sendo o mesmo
Eu nunca fui igual a mim
Sempre fui mudando
Do começo até o fim
E mudando essas mudanças
Mudo o mundo e mudo a mim
Mesmo o mundo sendo o mesmo
Mudando desde o começo
Muda tudo e mesmo assim
Não muda o fato da vida
Ter começo, meio e fim.

Ciço .Poeta, 10-02-2011, 20:22.

Frase

Mesmo sendo o mesmo eu nunca fui igual a mim. - Ciço .Poeta

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Caras


Um rosto sem expressão
É o retrato de um peito sem sentimento
É uma bandeira sem cor
dependurada no mastro balançando ao vento

Tem caras de tristeza
Caras de contentamento
Caras despreocupadas
Caras de lamento
Caras-de-pau
E até caras de jumento
Só o que não pode, não serve
É cara de descaramento

Uma cara descaramentada
Causa descaramentação
Descaramentando outras caras
Que antes tinham emoção
Agora não tem emoção nem nada
Resta só aquela cara
Uma cara sem expressão.

Ciço .Poeta, 19/01/2011, 23:56

Queria fazer o que quero

Queria dormir tarde e acordar quando quiser
Jogar meu video-game ou ficar vendo Animê
Chegar segunda feira e não ter nada pra fazer
Mas minha vida é uma merda, não sei porque eu fui nascer.

Queria ser criança, não precisava crescer
Queria viajar, muitos lugares conhecer
Não ter que trabalhar, nunca querer enriquecer
Não precisar do bar, não ter motivos pra beber
Nunca me estressar e ter vontade de morrer
E quando ficar triste não ter que explicar porque

Queria fazer o que quero
E não o que ter que fazer.

Ciço .Poeta, Terça-feira

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O melhor lugar do mundo



O melhor lugar do mundo
não existe e não tem fim
é escuro e não fundo
e não foi feito para mim

é de água limpa e rasa
na entrada um portão
todo cercado por guardas
lacrando a imensidão

feito de gelo flamejante
e de chamas congeladas
qualquer cavaleiro errante
se perde pela estrada

tudo que tem é pouco
e o pouco que tem já basta
de que adianta o ouro
se a fome vem e te mata

o melhor lugar do mundo
se existiu não existe mais
matas e lagos sujos
mais suja ainda a paz.


Cicero Chaves

Dark Land

Não quero ir-me embora
Não quero ficar
Não quero morrer
Não quero matar
Não quero beber
Não quero fumar
Não quero te ver
Não quero te olhar

Vejo criaturas que voam e rastejam
Rodeiam-me e viajam no céu
Monstros de olhos grandes festejam
E fazem à dança do créw

Pra cada pele uma textura
Pra cada pelo uma cor
Pra cada ruído um lamento
Pra cada lagrima uma dor

Víamos a noite sem estrelas
Dezesseis luas tomavam conta do céu
Dentre todas, a mais bela era Diana
Uma dama de vermelho
O sangue a cobria como um véu

Não quero ir-me embora
Não hoje, não agora.
Quero me embriagar de fantasias
Quero matar o que ah de ser morto
Participar do caos e agonia
De tristezas e alegrias
Sentir prazer e desconforto

Via olhos que voavam
E peixes rastejando ao meu lado
Sangue jorrava da terra negra
E tantos seres bizarros
Bebiam do sangue e fumavam cigarros
Que me parecia trazer tanto prazer

Há dias faz anos
Que cheguei a essa terra
Sem lembrar o caminho de volta
Do meu velho mundo imundo
Aqui não existem guerras
Só presas e predadores
Os dias são tão escuros
Quanto são claras as noites


Gritos e gargalhadas
Acompanhadas de silêncio e eco
Correm por todos os cantos.
Causando tanto desespero
E viajam aos prantos
Os grandes olhos voadores
Que com lagrimas acidas
Espalham terror em peso

Monstros de garras enormes
Dentes tão fortes quanto aço
Destrincham suas vitimas
Com muita calma e cuidado
E uma sutileza cirúrgica
Fazem por horas esse trabalho

E outros seres que correm
Atingem a velocidade que querem
Mas preferem correr
Na mesma velocidade da vitima
Preferem a ver morrer
De medo e desespero
Gargalhadas assustadoras
São as únicas palavras que sabem pronunciar

Mas a dor pode também não ser tão mal
Já que os que aqui morrem
Ressurgir do vento é normal
Para os que bebem
Se embriagar é fatal
Para os que caçam
O cheiro que vem com o vento é o sinal

Já enlouqueci há muito tempo
Enquanto fumo dos cigarros
E bebo do sangue
Recito poesias para as dezesseis damas no céu
E digo
Enquanto houver fumaça
Haverá poesia
Enquanto houver loucura
Há de haver fantasia

Esse é o tipo de lugar
Que nem o mais punk dos filme de horror
É capaz de imitar
Nem nos gritos de dor
Nem o fogo que voa
Nem nos olhos famintos
Nem na de sangue lagoa


Vou pedir a Diana
Que com ajuda do vento
Leve minha carta aos vivos
Se não houver endereço
Só uma grande mancha de sangue
Contando horrores e medos
Onde não existem homens
E nem os seus segredos
Eis que seja minha carta.

Cicero Chaves 21-04-08

domingo, 9 de janeiro de 2011

Revolta IV (soneto)

Vou abafar a tristeza do mundo com as mãos
Sufocar os sentimentos duvidosos
Duvidar da fé dos esperançosos
E esperar pela vitoriosa solidão

Queimarei os olhos dos que verão
Cortarei a língua dos medrosos
Arrancarei o peito dos corajosos
Irei buscar os que não virão

Separarei o sangue dos irmãos
Dar-lhes-ei a profundidade da escuridão
Farei deles um altar de ossos

Por fim darei o mundo aos que nunca o tiveram
Plantem agora a miséria e o caos que colheram
Vamos dar um fim ao que nunca foi nosso.

Cicero Chaves Lemos Junior 03-04-2009, 22:09

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Melhor lugar do mundo II

O melhor lugar do mundo
Não existe e não tem fim
É escuro e não tem fundo
E não foi feito para mim

De água limpa e rasa
Enfeitado por um jardim
Lindos pássaros cantando
E não foi feito para mim

Um ar tão puro e inocente
Indiscutivelmente assim
Um cheiro tão leve e doce
E não foi feito para mim

Um lugar tão desejado
Como o gênio do Aladim
Tão melhor e tão sonhado
E não foi feito para mim

Um barulho insuportável
E no ar um cheiro ruim
A realidade de um mundo
Que foi feito por mim.


Cicero Chaves, 2007.

Profecia do fim do mundo

Fecha o tempo em oração
De uma única luz vestida num véu
Tristes lamentos de morte ecoarão
abrindo-se o chão, fechando-se o céu

Descerão os cordeiros
Subiram os demônios
Procurando os herdeiros
De um novo mundo de sonhos

Cairão os portões
Se abrirão as masmorras
E na fronte a visão
Desesperadora

A besta do inferno
Vem de longe saudar
O príncipe eterno
Que perdeu seu lar

O anjo decaído
Príncipe Samael
Com seu exercito imbatível
Invadirá o céu

Estrelas cairão
O vento perderá seu rumo
Será a ultima visão
Do fim do mundo.


Cicero Chaves, 2007.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mais uma lagrima caída.

Deixou-me entristecido
Foi embora e eu fiquei
Pensando no acontecido
Fechei os olhos e chorei

A dor que já tivera sentido
Estúpido, não me dei conta
Corria o mesmo perigo
A faca sobre o meu peito ferido
Caindo em direção a ponta

As cordas que me apoiavam
Queriam todas me enforcar
As gargalhadas com quais ria
Me faziam chorar

A boca que me beijava
Lutava para me devorar
O seu sorriso
Me fazia chorar...

Mas não irei me ajoelhar aos teus pés
Ficarei de pé
Olharei para todos e direi
Tudo que fiz outra vez farei
Não tenho medo de ter medo
Seguirei o enredo
Vou até o fim desse jeito
Só pra saber como isso acaba.

Uns erram e aprendem com o amor
Outros continuam errando
Gostam de sentir dor.

25-08-08 Cicero Chaves Lemos Jr.

La vai a policia

La vai a policia
La vai a policia
Homem é homem
Cidadão é cidadão
La vai a policia

La vai o amor
La vai o amor
Cabeça é cabeça
Coração é coração
La vai o amor

La vão os devotos
La vão os devotos
Deuses são deuses
Igreja é igreja
La vão os devotos

La vai a vontade
La vai a vontade
Força é força
Desejo é desejo
La vai a vontade

La se foi a vontade...

Ciço .Poeta, 2008

Embora eu também não goste de classificar meus poemas, tenho que classificar esse como sendo Neo-Modernista, que era como mais que classificava minha antiga professora de literatura. Só por questão de curiosidade, a primeira estrofe é de autoria de um louco da cidade de Garanhuns - PE, quem mora lá deve conhecer, é um senhor que faz protestos/campanhas políticos(as) sempre carregando uma bandeira e usando um apito. O restante do poema foi inspirado no que ele passou gritando em frente ao colégio quando eu estava sentando na calçada da capela pois havia sido suspenso, anotei isso e tomei como base para esse pequeno texto, caba a vós a interpretação deste.

Poemas Antigos

Pra estrear o ano, poemas que escrevi a anos atras, datados de 2008, mas não sei bem o mês, quem lê este blog sabe que raramente posto algo que não sejam poemas, ou seja, coisas como essa. Tanto faz, é apenas uma breve explicação, os poemas a seguir estarão datados com o ano em que foram escritos, boa leitura e continue acompanhando meu blog.