quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Trompetes de guerra

Quando e mais quando mais quanto
Pranto e mais pranto e mais canto
Mas antes a voz das amantes
As bocas errantes
Ouvimos mas não escutamos
E quanto aumentamos os auto-falantes

Trompetes de guerra sob o sol
O batuque do meu peito aumenta
Será que isso é real
Será que a mente inventa
Ou eu não sou normal
Ou a terra ja não aguenta
Me da todo esse real
Traz de molho de pimenta
E me molha desse vermelho
Que eu quero saber quem não tenta
Ou me acham ou eu me perco
Em meio a essa marcha lenta

Agora arde meu sangue
E tem sabor de ódio, raiva!
Quem não estará
Mas ja estava
E quem não tem
Não mais comprava
E nem se comparava
Com o que eu tinha no corpo
O tempero da guerra
Que deixa rastro que ardem
Por sobre toda a terra
Que aos poucos se abre
Que aos poucos me enterra
E marchando desço lento
Ao fundo do mundo
Todo escuro, todo trevas

Aqui há todos os zabumbos
Há flautas, cornetas, little boy
De cada pouco tem um tudo
De cada instrumento lembrança do mundo
Daquele exato momento
Onde se ouvia os surdos
E se abrira a terra
No meio de cada guerra
Sequestrando os seus musicos

A luz se apaga
Não há platéia,
rosas, vermelhas ou fãs
E desde que houve a estréia
Não tem mudado a melodia
Apenas há mais instrumentos
Armas de guerra e agonia.

Ciço .Poeta, 19 de outubro de 2009, 20:29.

domingo, 25 de outubro de 2009

Luz dos olhos

Luz dos olhos

Olhar seus olhos é como viajar
Por entre terras desconhecidas e fantásticas
É como viver aventuras magníficas
Interpretar seus olhos é ler um conto de fadas

O piscar dos seus olhos
Um terremoto em me peito
O brilho, um movimento
Sou pedra dura e me derreto

Uma lágrima em seus olhos
Um rio desgovernado em minha face
É como se eles falassem
É como se eu ouvisse

Não olho diretamente ao sol
E nem aos seus olhos
É perigoso
não é seguro...
O seu olhar de raiva
Me causa medo
É um tanto escuro
Se derreti
Me torno duro
Trêmulo e assustado
Indefeso ao seu olhar irado

Que logo passa
Como chuva passegeira
E logo volta a nascer o sol
Fico vermelho
Sinto calor
As vezes me apaixona
As vezes parece amor

Esses seus olhos encantados
Me vejo neles
Me sinto errado
Sinto encantar
O desenganado....


Ciço .Poeta 25 de outubro de 2009 20:222

|Trovas

Me perdi nesses caminhos obscuros
Procurando a paz que não havia
Existiu, não existe mais
Acho até que nunca existira

Mas a fumaça cobriu céu
Como mais um perfeito dia
O sol gemeu a aurora vermelha
Como quem vermelho via

Um copo sobre a mesa ja vazio
Um prato sujo, um talher
Tres gatos, tres ratos, tres sacos vazios
No canto da casa, tão escuro e frio

Ao delirar no anseio de paz
Dei mais um grito insano
Mordi com força algum pano
Tremi de medo outra vez
Inspirei, esperei e chorei
Cai nos braços do pavor
Senti frio
Senti dor

Nunca acordei desse sono
Não envelheci se quer uma lua
Não sonhei com você nua
Não vi a luz do sol
Nunca soube o que é viver
Nunca corri, nunca brinquei

Nunca errei, nunca tentei

O gosto sempre foi o mesmo em minha boca
A sensação, a mesma, louca
O que tinha de poeta ja se foi
Ficou o nome sem sentido
Fui poeta
Estou ferido
Ja fui preferido antes
Não visitei as bacantes...

Não cantei versos ao luar
Minha lira desafinada me deixou
Sem melodia e sem planos
E sem saber o que é o amor

Penso o que sou, penso o que fiz
Penso o que tenho
O que serei
Penso o passado
Penso o que sei
Penso talvez errado
Penso que um dia pensei

Em roubar o beijo da virgem inocente
Em beber e me tornar demente
Em cantar e me tornar amante
Só não penso que serei
Como em um dia fui antes...

25 de outubro de 2009 20:11 Ciço .Poeta