quarta-feira, 27 de abril de 2011

Poesia Livre #02

É no silencio da calada
Que eu posso te ouvir
Sinto as vezes tua presença
Mesmo sem estás aqui
O meu rumo é você
E sem você não sei seguir

Fujo de qualquer lugar
Para estar perto de ti
Nas lembranças que eu tenho
Em todas te vejo sorrir
Se não for pra sonhar contigo
Não tenho porque dormir

Meu sorriso só se abre
Quando te vejo sorrir
Minha alma se desmancha
Quando te vejo partir
Tudo que seus olhos dizem
Só eu posso traduzir

O teu cheiro me alimenta
E minha fome não tem fim
E se hoje eu sou feliz
Mas antes disso eu ja sofri
Tentei ter o seu amor
E finalmente consegui

Ciço .Poeta, 27 de abril de 2011, 13:29

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Frase

Eu odeio o concreto, o imutável, o sólido, o absoluto. Odeio sem fim esses termos todos.

Minha sina é essa

Se por acaso eu deixar
Um dia de escrever
Vou achar melhor morrer
Calado não vou ficar

Se eu relato o que digo
Não temo qualquer perigo
Vou ao fundo do abismo
E confio no que acredito

Minha espada é minha caneta
Minha luta é no papel
O meu limite é o céu
Descrevido em cada letra

Não fujo nunca da guerra
Minha sina é vencer
Lutarei por minha terra
Enquanto ainda eu viver

Minha terra é meu sertão
Minha paisagem seca
Paisagem de extrema beleza
Que Deus fez com a própria mão

Tem uma rica natureza
Fauna e flora sem igual
Que sofre um risco atual
Contra do homem a frieza
Que com toda sua clareza
Continua fazendo o mal
A quem lhe deu comida
Deu moradia e bebida
Sem cobrar nunca um real

O mar vai virar Sertão
E o Sertão vai virar mar
Assim eu ouvi falar
De Padin Ciço Romão
Se é verdade ou não
Lhe cabe acreditar
Que o Sertão vai virar mar
E o mar vai virar Sertão

Escrevo, escrevi, escreverei
Esse é meu jeito de rezar
Por isso não posso mentir
Nas coisas que vou falar
Pois pra algo ser verdade
Só lhe basta acreditar

A fé está em cada um
Onde cada um quiser estar
Minha sina eu sei, é essa
Rimo, rimei, vou rimar.

Ciço .Poeta, 13-04-2011, 23:16

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Poesia Livre #01

Eu falo o que eu quiser
Você escuta o que quer
Se eu for falar de mulher
Não lhe obrigo a escutar
Se eu digo que vou chorar
Não peço ombro emprestado
Escrevo um verso arretado
Te faço chorar também
Faço a rima que couber
Pro tema que eu escolher
Te faço se comover
Quando falo de meu bem
Que me espera toda noite
Pra ouvir um historia boa
Um poeminha bonito
Ou uma cantiga à toa
Ou só pra eu fazer
Companhia para ela
Sentando na sala dela
Vendo jornal ou novela
Falo também nas histórias
Dos problemas que são meus
Falo também dos seus
Se assim me permitir
Posso enfeitar a prosa
Mas Deus me livre eu mentir
Faço pra descontrair
E também passar o tempo
Esse singelo poema
Que lestes neste momento.

Ciço .Poeta, 14-04-2011, 20:32

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Cidade Encantada

Era um vez uma cidade onde reinava a intriga
Onde o prazer do povo eram brigas
Onde a política tinha quatro partes
Uma dos que roubavam, outra dos que queriam roubar
Mais uma dos que reclamavam
E outra que parecia nem ligar

Nessa cidade era tudo encantado
A começar pela verba que vinha do estado
O castelo do rei era longe dali
Mas de longe ele dava as ordens
Que se faziam cumprir

A familia real ao contrario do rei
Morava nessa cidadezinha encantada
Em que as coisas desapareciam e apareciam
Como se fossem mágicas

Eram casas que brotavam do nada
De um dia pro outro estavam lá
Já outras coisas desapareciam
Como por exemplo a merenda escolar
Que tinha tudo do melhor
Para o banquete real enfeitar

A cidade tinha também
Muitas ruas encantadas
E as pedras nessas ruas
Eram todas pedras mágicas
E só os inteligentes podiam
Enxergar as ruas calçadas

Era encantada também a aguá
Que quase nunca faltava
Uma vez por mês ela chegava
Para molhar a esperança
Dessa gente castigada

O povo era muito humilde
Desinformado, inocente
E qualquer um podia
Engana-los facilmente

O rei era muito bom
Nos tempos de eleição
Virava amigo de todos
Se misturava ao povão

Dava moedas a um
Fazia promessas clichês
Apadrinhava casamentos
Abraçava velhos, beijava bebês

Depois da eleição
O rei se encantava
Voltava pro seu castelo
E ninguém mais na cidade o encontrava

E assim era a vida
Nessa cidadezinha encantada
Quando a oposição brigava
Terminava derrotada
Os que falavam de mudança
Viravam motivo de piada

Se alguém falasse demais
Uma ordem severa o rei dava
Ou mandava cortar a língua
Ou da cidade expulsava

E a cidade ia vivendo
Nessa vida acostumada
O povo sem esperança
De ver a cidade mudada
Porque herói salvador nunca veio
Para salvar a cidade encantada
Que vivia com medo e receio
Das garras da realeza malvada.

Ciço .Poeta, 12-04-2011, 13:48