quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não tenho nada

Não tenho nada

Caminho para um abismo sem fim
Sem ameaça, sem venda nos olhos
Caminho pois não amo mais a mim
Me sinto totalmente solitário e mórbido

Ninguém há de sentir falta minha
Se nunca fora requerida minha presença
Julguei a mim mesmo e dei o veredicto
Morte será minha sentença

Cruel destino amargo e medonho
Parecia-me ser tão bom o amor
Despedaçou-se esse sentimento enfadonho
E em meu peito deu lugar a dor

Sonhei com alguém os mais belos sonhos
E esse alguém dos meus sonhos despertou
Sonhar sozinho não me rende alegria
E muito menos renderia amor

Tornei-me meu amante mais fiel
Me conhecia e sabia meus segredos
Mas solitário amarguei-me em fel
Vi lindos sonhos se tornarem pesadelos

Caminho agora em direção a pena
Que cumprirei de imediato
Ninguém dará por minha falta terrena
E findarei meu sofrer nesse ato...


Cicero Chaves Lemos Junior, 17-06-2009.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sonhos

Sonhos

Perdi-me entre o desejo de amar
E continuei amando
Quis não mais me acordar
E continuei sonhando

Sonhei com meu desejo de amar
E continuei desejando
Desejei me acordar
E acordei sonhando

Quis entrar no seu sonho
E acabei me achando
Achei a vontade de amar
Voltei sozinho e chorando

Dormi desejando odiar
Odiei dormir desejando
Não sonhei nem pude acordar
Fui encontrado afogado em meu pranto...

Cicero Chaves Lemos Junior, 08/06/2009, 22:09