sexta-feira, 10 de junho de 2011

É estranho imaginar mas acontece


Chuva de gelo no sertão
Fogueira de são joão se apagar
Trovoada sem relâmpago e trovão
Meio dia e o sol se ocultar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Dar dezembro, dar janeiro e nada ainda
Da safra do caju se iniciar
Já no alto do verão e tudo quente
Não ouvir a cigarra a cantar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Olhar pro céu a noite inteira
E nenhuma estrela enxergar
Bem cedo ja perto do sol nascer
E não ouvir o galo cantar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Um rio cortando os sertões
Correndo em direção ao mar
De uma hora pra outra, de repente
O rio de uma vez só, secar
É estranho imaginar mas acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Um matuto nascido e criado no mato
Que não sabe num cavalo se montar
Um vaqueiro tangendo uma boiada
Sem ouvir nem uma vez ele aboiar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Na véspera de São João
Uma fogueira no terreiro não queimar
Não ouvir os tiros das bombas
Nem o forró para as quadrilhas se dançar
É estranho imaginar mais acontece
Cabra bruto que nem eu se apaixonar

Ciço .Poeta, 10 de julho de 2011, 12:54

Nenhum comentário:

Postar um comentário