sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dark Land

Não quero ir-me embora
Não quero ficar
Não quero morrer
Não quero matar
Não quero beber
Não quero fumar
Não quero te ver
Não quero te olhar

Vejo criaturas que voam e rastejam
Rodeiam-me e viajam no céu
Monstros de olhos grandes festejam
E fazem à dança do créw

Pra cada pele uma textura
Pra cada pelo uma cor
Pra cada ruído um lamento
Pra cada lagrima uma dor

Víamos a noite sem estrelas
Dezesseis luas tomavam conta do céu
Dentre todas, a mais bela era Diana
Uma dama de vermelho
O sangue a cobria como um véu

Não quero ir-me embora
Não hoje, não agora.
Quero me embriagar de fantasias
Quero matar o que ah de ser morto
Participar do caos e agonia
De tristezas e alegrias
Sentir prazer e desconforto

Via olhos que voavam
E peixes rastejando ao meu lado
Sangue jorrava da terra negra
E tantos seres bizarros
Bebiam do sangue e fumavam cigarros
Que me parecia trazer tanto prazer

Há dias faz anos
Que cheguei a essa terra
Sem lembrar o caminho de volta
Do meu velho mundo imundo
Aqui não existem guerras
Só presas e predadores
Os dias são tão escuros
Quanto são claras as noites


Gritos e gargalhadas
Acompanhadas de silêncio e eco
Correm por todos os cantos.
Causando tanto desespero
E viajam aos prantos
Os grandes olhos voadores
Que com lagrimas acidas
Espalham terror em peso

Monstros de garras enormes
Dentes tão fortes quanto aço
Destrincham suas vitimas
Com muita calma e cuidado
E uma sutileza cirúrgica
Fazem por horas esse trabalho

E outros seres que correm
Atingem a velocidade que querem
Mas preferem correr
Na mesma velocidade da vitima
Preferem a ver morrer
De medo e desespero
Gargalhadas assustadoras
São as únicas palavras que sabem pronunciar

Mas a dor pode também não ser tão mal
Já que os que aqui morrem
Ressurgir do vento é normal
Para os que bebem
Se embriagar é fatal
Para os que caçam
O cheiro que vem com o vento é o sinal

Já enlouqueci há muito tempo
Enquanto fumo dos cigarros
E bebo do sangue
Recito poesias para as dezesseis damas no céu
E digo
Enquanto houver fumaça
Haverá poesia
Enquanto houver loucura
Há de haver fantasia

Esse é o tipo de lugar
Que nem o mais punk dos filme de horror
É capaz de imitar
Nem nos gritos de dor
Nem o fogo que voa
Nem nos olhos famintos
Nem na de sangue lagoa


Vou pedir a Diana
Que com ajuda do vento
Leve minha carta aos vivos
Se não houver endereço
Só uma grande mancha de sangue
Contando horrores e medos
Onde não existem homens
E nem os seus segredos
Eis que seja minha carta.

Cicero Chaves 21-04-08

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