Era um vez uma cidade onde reinava a intriga
Onde o prazer do povo eram brigas
Onde a política tinha quatro partes
Uma dos que roubavam, outra dos que queriam roubar
Mais uma dos que reclamavam
E outra que parecia nem ligar
Nessa cidade era tudo encantado
A começar pela verba que vinha do estado
O castelo do rei era longe dali
Mas de longe ele dava as ordens
Que se faziam cumprir
A familia real ao contrario do rei
Morava nessa cidadezinha encantada
Em que as coisas desapareciam e apareciam
Como se fossem mágicas
Eram casas que brotavam do nada
De um dia pro outro estavam lá
Já outras coisas desapareciam
Como por exemplo a merenda escolar
Que tinha tudo do melhor
Para o banquete real enfeitar
A cidade tinha também
Muitas ruas encantadas
E as pedras nessas ruas
Eram todas pedras mágicas
E só os inteligentes podiam
Enxergar as ruas calçadas
Era encantada também a aguá
Que quase nunca faltava
Uma vez por mês ela chegava
Para molhar a esperança
Dessa gente castigada
O povo era muito humilde
Desinformado, inocente
E qualquer um podia
Engana-los facilmente
O rei era muito bom
Nos tempos de eleição
Virava amigo de todos
Se misturava ao povão
Dava moedas a um
Fazia promessas clichês
Apadrinhava casamentos
Abraçava velhos, beijava bebês
Depois da eleição
O rei se encantava
Voltava pro seu castelo
E ninguém mais na cidade o encontrava
E assim era a vida
Nessa cidadezinha encantada
Quando a oposição brigava
Terminava derrotada
Os que falavam de mudança
Viravam motivo de piada
Se alguém falasse demais
Uma ordem severa o rei dava
Ou mandava cortar a língua
Ou da cidade expulsava
E a cidade ia vivendo
Nessa vida acostumada
O povo sem esperança
De ver a cidade mudada
Porque herói salvador nunca veio
Para salvar a cidade encantada
Que vivia com medo e receio
Das garras da realeza malvada.
Ciço .Poeta, 12-04-2011, 13:48
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