segunda-feira, 16 de abril de 2012

Carrossel



Eu vi um cego olhando pra mim
Meio-dia em ponto apontado pro céu
Vi a linha evolutiva humana
Viajando em elipses em um carrossel

Um carrossel torto como o destino dos inocentes
Que é como bicho mas pensa que é gente
Que morre e não mente, sustenta a verdade
Que leva a metade da vida sofrendo
E a outra metade ele vive dizendo
Que não teve tempo de sentir vontade

É o tipo de gente honesta no mundo
Que pode ter tudo, mas só sendo seu
Que leva o nome, de besta, de otário
Que não quer um cargo que não mereceu

Só quer o que é dele, e o que dele for
Só mata o que cria, e colhe o que o plantou
Que nunca pediu nada a seu fulano
Que em quadra de ano lhe visitou

Prometeu-lhe terra, dinheiro e fartura
E nessas alturas é amigo seu
Prometeu o mundo e outras luxúrias
Promessas e juras que nunca concedeu

Gente inocente é a que mais sofre
Que luta insistente pelos seus valores
Que tem fé em Deus, que tem fé nos Santos
E reza nos cantos pelos seus senhores

Eu vi um cego olhando pra mim
E vi que ele via que era dia-e-meio
Ele viu que eu vi quando motorista
Do carrossel, pisava no freio.

Ciço .Poeta

26/02/12

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