quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Natal II
De certa forma me deixaram
Não percebi que eles cruzavam
Um a um a minha porta
Que agora, está torta
Com um bebado escorado
Na esperança de voltarem
De onde quer que tenham ido
Agora despercebido
Sentado estou ao chão
Com uma garrafa na mão
Iludido de esperança
Tal qual uma criança
Que acredita no perdão
Não tenho mais opção
Neste infame feriado
O natal mais solitario
Que passei em minha vida
Vou carregar como ferida
A lembrança desse dia
Se eu soubesse não fazia
Um banquete pra vocês...
Natal I
Percebi a realidade solitária em que me encontrava
Por vezes estraguei a alegria de quem estavam comigo
Talvez essa solidão, fosse agora necessária
Me sinto como um cão que se soltou da coleira
O entusiasmo imediato foi embora
Deu pra ver agora, que não tenho onde ir
Mesmo assim eu ainda fugia
E sem saber do que fugir
sábado, 19 de dezembro de 2009
Prosa de mesa de bar com Felipe.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Seu Ciço
Você vai ter de mim
O Ciço que quiser ter
O Ciço que nunca fui
Um Ciço só pra você
Que vai te fazer carinho
Vai te tratar com amor
Vai te chamar de meu bem
Meu bem-querer, minha flor
Um Ciço pra cada dia
Quando chover serei teu sol
E nas noites de frio
Serei seu lençol
O açúcar do teu café
O cabo da sua colher
Nos dias sem luz
Teu candieiro
Nos tempos de crise
Serei teu dinheiro
E quando houver mar
Serei salva-vidas
Se acaso haja dor
Serei anestesia
Serei teu Ciço .Poeta
Quando quiser que seja
Serei Ciço se for isto
Que va satisfaze-la
Serei Chaves
Quando as portas se fecharem
Serei combustível
Quando as coisas esquentarem
Serei teu final feliz
Quando a historia não acabar
Serei quem quiser que seja
O Ciço que precisar
Ciço .Poeta 11 de dezembro de 2009, 01:45.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Prazer
Vista aos olhos do interpretador
Visto que reconheça o sentimento
O encantamento de as vezes dor
A cor que os olhos me dizem
E me atrai o vermelho flamejante
De fogo da hora da vaidade
Paixão selvagem nos lábios da amante
Que quisera mais saber
Bem que antes ja não era
Incompleto e sem prazer
Que você agora intera
Do restar fica um duvida
Pra saber o que não sei
Vou saber te perdoar
Como antes perdoei
Múltiplo era o desejo
Mas com medo de não ser
Sem saber que sinto e vejo
Ja me intera de prazer.
sábado, 14 de novembro de 2009
Deus estava morto e ninguem viu
Estando tão alto e não caiu
Onipotente, e em mim não há poder
Deus estava morto e ninguém viu
Quem mandou, e iludiu
Te fez de tolo prometer
Deus estava morto e ninguém viu
Mesmo assim mandou fazer
Com a cruz e a espada fez correr
Deus estava morto e ninguém viu
Sonhando com o paraíso que iria ter
Guilhotinou, enforcou, queimou e explodiu
Deus estava morto e ninguém viu
E ainda sim o fez crescer
Templos ocos, barrocos, construiu
Em nome do ter, do ser e do enriquecer.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Eu também vou.
Eu ja venho trazendo a agulha
E essa poeira ai nos ombros?
Não perca tempo, sacuda!
O fim da estrada não é aqui
Nem a viagem acaba agora
Continue andando
Não é nesse nó que acaba a corda
Não tenha medo do sol
Ele não via te queimar os olhos
Nenhuma ladrão vai tentar nos roubar
Tenho bastante armas pra proteger o que é nosso
O tempo ta queto agora
Mas garanto chover mais tarde
Num corra não, você ta com medo d'duga?!
Seja homem seu covarde
O tempo de paz nos aguarda
Ali por traz daquelas serras
Quem souber o caminho vai
Quem não sabe fica e espera
Mas eu tenho coragem de arriscar
Vou meter a cara nessas estradas
Roda essa roleta pra ver o que vai dar
Pro lado que ela apontar, eu trilho minha jornada
E foi por esse sertão vei
Que eu vi passar minha vida
Ouvindo historias contadas
Sobre um terra bendita
Que tudo que era bom dava
Mas era muito escondida
E foi um tal de Ojuara
Que disse que ia pra la
E se ele foi eu também vou
E pra ninguem duvidar
Quando chegar la eu mando
Um carta pra provar!
Ciço .Poeta, 09-11-2009, 14:10.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Quem sou eu II?
E o caos habita em mim
Sou a destruição total
Sou o inicio do fim
Alto teor de perversão
Tudo que existe de ruim
No pedido ajuda, o não
Sou a vontade de mentir
Sou a dor alucinante
A cor do sangue a jorrar
O guia da bala perdida
O pesadelo que não quer acordar
Sou a duvida que lhe tira o sono
Sou a injustiça
Sou o trauma e a rejeição
O pensamento suicida
Sou a pedra no meio do caminho
Sou o engarrafamento
Sou a fome, a miséria e o vicio
Sou o sofrimento
Sou o medo, sou a raiva
A vontade de matar
Sou o caçador
Sou o azar
Meu nome não se fala
Meu nome não se escreve
Meu nome é muito conhecido
Quem conhece não esquece
Ciço . Poeta, 2 de novembro de 2009, 17:32
domingo, 1 de novembro de 2009
Se
Pois não sei aonde vou
Me faltam motivos
Para crer no amor
Me sinto estranho
Pois não sei quem eu sou
E se me falta um sorriso
É porque bem não estou
E se faltavam motivos
Agora inundou
Se sua vontade era agua
Então me afogou
Se me sinto sozinho
É porque eu estou
Esperando o que foi
E que não mais voltou
Mas não custa esperar
E se um dia ela chega
Invade meu peito e espalha
Me enche de alegria e certeza
Dizendo que vai mudar
Que há de ser como eu queira
Que há de ser paciente
E entenda minha tristeza
Dizendo que vai me encontrar
E vai me lembrar de quem sou
E motivos vai me mostrar
Pra confiar no amor
Só espero não acordar
Quando isso acontecer
Pois sonhos como esses
Não são comuns de se ter.
Ciço .Poeta, 01 de novembro de 2009, 04:23 am
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Trompetes de guerra
Pranto e mais pranto e mais canto
Mas antes a voz das amantes
As bocas errantes
Ouvimos mas não escutamos
E quanto aumentamos os auto-falantes
Trompetes de guerra sob o sol
O batuque do meu peito aumenta
Será que isso é real
Será que a mente inventa
Ou eu não sou normal
Ou a terra ja não aguenta
Me da todo esse real
Traz de molho de pimenta
E me molha desse vermelho
Que eu quero saber quem não tenta
Ou me acham ou eu me perco
Em meio a essa marcha lenta
Agora arde meu sangue
E tem sabor de ódio, raiva!
Quem não estará
Mas ja estava
E quem não tem
Não mais comprava
E nem se comparava
Com o que eu tinha no corpo
O tempero da guerra
Que deixa rastro que ardem
Por sobre toda a terra
Que aos poucos se abre
Que aos poucos me enterra
E marchando desço lento
Ao fundo do mundo
Todo escuro, todo trevas
Aqui há todos os zabumbos
Há flautas, cornetas, little boy
De cada pouco tem um tudo
De cada instrumento lembrança do mundo
Daquele exato momento
Onde se ouvia os surdos
E se abrira a terra
No meio de cada guerra
Sequestrando os seus musicos
A luz se apaga
Não há platéia,
rosas, vermelhas ou fãs
E desde que houve a estréia
Não tem mudado a melodia
Apenas há mais instrumentos
Armas de guerra e agonia.
Ciço .Poeta, 19 de outubro de 2009, 20:29.
domingo, 25 de outubro de 2009
Luz dos olhos
Olhar seus olhos é como viajar
Por entre terras desconhecidas e fantásticas
É como viver aventuras magníficas
Interpretar seus olhos é ler um conto de fadas
O piscar dos seus olhos
Um terremoto em me peito
O brilho, um movimento
Sou pedra dura e me derreto
Uma lágrima em seus olhos
Um rio desgovernado em minha face
É como se eles falassem
É como se eu ouvisse
Não olho diretamente ao sol
E nem aos seus olhos
É perigoso
não é seguro...
O seu olhar de raiva
Me causa medo
É um tanto escuro
Se derreti
Me torno duro
Trêmulo e assustado
Indefeso ao seu olhar irado
Que logo passa
Como chuva passegeira
E logo volta a nascer o sol
Fico vermelho
Sinto calor
As vezes me apaixona
As vezes parece amor
Esses seus olhos encantados
Me vejo neles
Me sinto errado
Sinto encantar
O desenganado....
Ciço .Poeta 25 de outubro de 2009 20:222
|Trovas
Procurando a paz que não havia
Existiu, não existe mais
Acho até que nunca existira
Mas a fumaça cobriu céu
Como mais um perfeito dia
O sol gemeu a aurora vermelha
Como quem vermelho via
Um copo sobre a mesa ja vazio
Um prato sujo, um talher
Tres gatos, tres ratos, tres sacos vazios
No canto da casa, tão escuro e frio
Ao delirar no anseio de paz
Dei mais um grito insano
Mordi com força algum pano
Tremi de medo outra vez
Inspirei, esperei e chorei
Cai nos braços do pavor
Senti frio
Senti dor
Nunca acordei desse sono
Não envelheci se quer uma lua
Não sonhei com você nua
Não vi a luz do sol
Nunca soube o que é viver
Nunca corri, nunca brinquei
Nunca errei, nunca tentei
O gosto sempre foi o mesmo em minha boca
A sensação, a mesma, louca
O que tinha de poeta ja se foi
Ficou o nome sem sentido
Fui poeta
Estou ferido
Ja fui preferido antes
Não visitei as bacantes...
Não cantei versos ao luar
Minha lira desafinada me deixou
Sem melodia e sem planos
E sem saber o que é o amor
Penso o que sou, penso o que fiz
Penso o que tenho
O que serei
Penso o passado
Penso o que sei
Penso talvez errado
Penso que um dia pensei
Em roubar o beijo da virgem inocente
Em beber e me tornar demente
Em cantar e me tornar amante
Só não penso que serei
Como em um dia fui antes...
25 de outubro de 2009 20:11 Ciço .Poeta
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Hacker
E o Sistema a muito tempo já se corrompeu
Deu despejo de memoria na população
Nem reconhecem o trojan-horse da ultima eleição
O brasileiro sai de fabrica com um firewall
Que impede o update de informação
Quem tem o crack ou o keygen da inteligência
Ja mudou de lado e de opinião
E quando chega o dia d'atulização
Faltam dll's para o plugin da paz
A cada quatro anos uma nova versão
Que sempre vem com um bug a mais
Varios processadores dentro do senado
Que entram em conflito a cada sessão
Um disco rígido tão velho e enferrujado
Que quando funciona só causa confusão
Exibindo arquivos ocultos do sistema
Com fraudes, escândalos e corrupção
Keylogs e administradores remotos são desativados
Com uma pequena taxa extra chamado mensalão
Enquanto esse for o sistema usado
Não a control alte delete que dê jeito
Não a formatação no mundo que mude
A personalidade daqueles sujeitos
Então pague sempre a conta em dia
Vá a assistência se der defeito
Ponha um wallpaper verde e amarelo
E seja um bom brasileiro.
Ciço .Poeta, 08/09/09 02:26
domingo, 26 de julho de 2009
Veneno dos teus pés...
É veneno pros olhos esse seu caminhar
Que caminha e me pisa
E olhando pra cá
E sorri um sorriso
E me molha que é mar
E me mata que má!
Eu quero morrer disso
Desse veneno malvado
Que me deixa drogado
Com vontade de mais
Sem poder te ver mais
é veneno pros olhos esse seu caminhar
E morde e mastiga
Me castiga que é má!
É tarja preta esse remédio
E que eu não acho a receita
Há quem me dera uma seita
Uma macumba sei lá
Que é pra ver se eu escapo
Ou eu morro ou me mato
Deixa de ser tão malvada
Tu que tão amada
Me maltrata quer mais!
Acho que é pouco viver
Quando eu só faço sofrer
Eu ando só o farrapo
Tô vestido de trapo
E quem quiser me adotar
Garanto que como pouco
E com carinho e esforço
Garanto que posso amar :D
Mas essa danada num solta
E me afoga que é mar!
Pense que é bom num sentido
Um bicho sabido é deus
Que nunca deu asa a cobra
E quando eu durmo ele acorda
Mas num tem pra onde escapar
Fia da peste dum cão
A danada sabe voar!
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Não tenho nada
Caminho para um abismo sem fim
Sem ameaça, sem venda nos olhos
Caminho pois não amo mais a mim
Me sinto totalmente solitário e mórbido
Ninguém há de sentir falta minha
Se nunca fora requerida minha presença
Julguei a mim mesmo e dei o veredicto
Morte será minha sentença
Cruel destino amargo e medonho
Parecia-me ser tão bom o amor
Despedaçou-se esse sentimento enfadonho
E em meu peito deu lugar a dor
Sonhei com alguém os mais belos sonhos
E esse alguém dos meus sonhos despertou
Sonhar sozinho não me rende alegria
E muito menos renderia amor
Tornei-me meu amante mais fiel
Me conhecia e sabia meus segredos
Mas solitário amarguei-me em fel
Vi lindos sonhos se tornarem pesadelos
Caminho agora em direção a pena
Que cumprirei de imediato
Ninguém dará por minha falta terrena
E findarei meu sofrer nesse ato...
Cicero Chaves Lemos Junior, 17-06-2009.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Sonhos
Perdi-me entre o desejo de amar
E continuei amando
Quis não mais me acordar
E continuei sonhando
Sonhei com meu desejo de amar
E continuei desejando
Desejei me acordar
E acordei sonhando
Quis entrar no seu sonho
E acabei me achando
Achei a vontade de amar
Voltei sozinho e chorando
Dormi desejando odiar
Odiei dormir desejando
Não sonhei nem pude acordar
Fui encontrado afogado em meu pranto...
Cicero Chaves Lemos Junior, 08/06/2009, 22:09
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Fantasia.
Na minha vista passam luzes coloridas
O colorido do sonhar reflete a luz
Me imagino em um escuro preto e branco
No fim do túnel há uma cor que me conduz
Imagino me vestir de arcoires
Mas as luzes se misturam em um branco só
Pinto os sonhos em decalque preto e branco
Com fantasia colorida em branco pó
Me sinto solto, mas livre e solitário
Entre varios, assim como um eu só
Entre luzes, musica e fumaça
E uma viajem inspirada em algo maior.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Em Busca Do Reino Dos Sonhos - Parte 1 - Capitulo 2
Hoje ele apareceu sem ser invocado
O meu amigo de sempre
Eu havia o libertado da garrafa
Na qual o mantinham preso
Era um pequeno demônio
Muito alegre e sonhador
E sempre que eu estava
Triste e entediado
Suplicava por ele
E assim era invocado:
"Oh, meu amigo sonhador
Senhor das fabulas e fantasias
Venha a mim com bom humor
Desperta-me a alegria."
E com esse encantamento
Ele vinha sem demora
E chegando sempre junto a um vento
Chegava sempre na hora
Ele dizia pra mim
Sempre que era invocado:
"Oh, meu ilustre amigo
Espero ter chegado a tempo
Para com fabulas de aventuras fantasticas
Rechear seus pensamentos."
Depois disso conversávamos um pouco
E eu lhe contava meu dia
O motivo da tristeza
E lhe pedia alegria
Ele avinha logo
Com o tema da historia
E baseado em meu dia
Começava sem demora
A cantar verso e poesia
Falando de antigas historias...
Cicero Chaves Lemos Junior, 04 de maio de 2009.
sábado, 2 de maio de 2009
Em Busca do Reino Dos Sonos - Parte I
Vem comigo
Vem que eu te mostro
Um lugar fantastico
Onde tudo é real
E nada é fantasia
Vem, foge do oscio
Siga as instruções
Depois esqueça tudo
Vem, olhe pro chão onde pisa
Esqeça o passado e não pense no futuro
Não se precupe
Não tem fim pr'esse mundo
Vamos conversar com as arvores
Voar nas asas dos ventos
Não torne real o que é imaginario
Deixe de lado o que conheçe
Tudo aqui é real
Porem nunca parecido
Prometo que nunca viu nada igual
Queres vir?
Esquece dollar ou real
Esque gripe do frango, do porco
Venha, é seguro
Entregue-se de alma e corpo
E não pense que sou louco
Até sou são
Mas não garanto ser normal
Não tem graça ser igual
Vem, vem comigo
Sem medos
Sem perigo
Sem tristeza e sem fim
Não te direi onde ir
Se quiseres o caminho
Terás que descobrir...
Cícero Chaves Lemos Júnior, 2 de maio de 2009, 14:30
quarta-feira, 29 de abril de 2009
É Foda.
Não se iluda
Liberdade é não viver
Romperia o pacto com Apollo
Simplesmente em busca de algum prazer
Mentir é lindo
E mais ainda por amor
Enfeitar a realidade com sonhos
para em muitas vezes evitar de sentir dor
Seria eu capaz
De largar tudo e fugir
deixar toda responsabilidade
Pra sorrir ir pra qualquer lugar longe daqui
E no meu sonho
Vi tudo largado sem rumo
Cada qual abandonou seu dever
Pediram dispensa de seu trabalho no mundo
Não faz sentido
Ter sentidos e não sentir
Iria embora sozinho pra algum lugar
Sem ter aonde ir e não posso ir por te amar.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Trovoada
Trovoada
Quando se fecha o céu
O Sertanejo comemora
Luz só de curisco
O trovão ronca e a agua rola
Depois do calor e da seca
Vem a chuva pra molhar
Pra lavar das caras tristes
Que esperam pra plantar
O Sol só se ergue no alto
Depois de três dias chuva
Correm pro formigueiro
Pra pegar tanajura
Quando chove no sertão
Onde o boi pisa se atola
E a Fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola.
Cicero Chaves 17-03-2009 20:48
Cansado
Cansado
E a ferrugem tomou conta do meu sorriso
No meu riso não ha nada
A piada não tem graça
De prazer resta o perigo
Não restam dores nos meus gritos
Nos meus mitos não tem fadas
No meu livro não ha fábula
De errada resta estrada do infinito
O que é bonito não me agrada
Do que sobrou não resta nada
Só a vontade do indeciso
Por fim vendi minha alma
Mercadoria mais barata
Que se enjoou do paraíso.
Cicero Chaves Lemos Junior, 25-03-2009, 22:01
Sucubus
Sucubus.
O cheiro de desejo paira sobre o ar
me inebriando cada vez mais pouco a pouco
deixando-me cada vez mais louco
pensando ter asas para voar
Sucubus abrira minha janela devagar
Chamou meu nome com suspiros roucos
Não resisti, pois resistem poucos
E ludicamente me fez a amar
Cobriu-me inteiro com cabelos soltos
Com língua de cobra lambeu meu pescoço
Me fez tremer, suspirar e suar
Sugou-me toda o força e vi olhos de fogo
Falecia por cima de seu formoso corpo
Sucubus veio a mim pra se alimentar.
Cicero Chaves Lemos Junior 31-03-2009 21:16
Saudade (A moda nordestina)
Saudade (A moda nordestina)
"É de dia, é de tarde
É de noite e é bem cedo
Fico triste as vezes choro
Por algo que tenho medo
A solidão me apavora
Com desejo e desespero
Você me vem como o sol
Espantando o nevoeiro
Incentiva os meus sonhos
Feito a tanajura no formigueiro
Me leva pro desconhecido
Sempre chegando primeiro
E ilumina meu caminho
Como a lua no terreiro
Amor serio, paciente e verdadeiro..."
Cicero Chaves Lemos Junior 19-02-2009 13:20
Poema de Amor
Poema de amor.
A velocidade que aflige o meu pensar
pulsa em meu peito a dor do amar
de toda vez que sentir tua falta
ver tua foto e de saudades chorar
Depositei em você meu amor
meus carinhos e minha atenção
mas a distancia cobra juros altos
altas noites de sonhos embalados de paixão
Eu te amo como jamais amei alguém
eu chorei por você em frente ao computador
Eu misturei alegria, saudade, vontade e dor
Alguém como ninguém jamais me amou
meu deu carinho, amizade, verdade e amor
alguém que também de saudades por mim chorou.
Cicero Chaves 16-11-2008 02:15
Será que ela me viu?
Sou movido por uma paz que não existe
Ausente de sorrisos e alegria
Banhado em lagrimas de agonia
Sempre sozinho e triste
Há dias que preferia que o sol não saísse
Eu esperava me molhar n’água fria
Mas sempre sem nuvens o azul vencia
E eu que preferia que o céu caísse
Eu saí sob a luz de um belo dia
Sentei-me onde ninguém ia
Esperando que você saísse
Ela olhava em minha direção e ria
Mas depois disso eu não sabia
Ser realmente queria que ela me visse...
Cicero Chaves Lemos Junior, 24 de dezembro de 2008, 22:06
Um Palpitante Peito Vazio
Quando se ama
e cegamente segue alguém
vive-se um drama
em que não se importa com mais ninguém
é como andar surdo
no escuro
chorar seco
e gritar mudo
é como se sentir iluminado
mas sem luz
ou olhar para um céu branco
e suas nuvens azuis
sentir-se só na multidão
e caminhar sem dar um único passo
ver tão pequena, a imensidão
um corpo que não ocupa espaço
não sentir o vento soprar
estando em meio ao furacão
não ver o corpo suar
no dia mais quente do verão
não se sentir molhado
enquanto se afoga em um rio
vendo um relógio parado
e um palpitante peito vazio...
Cicero Chaves 15-11-07
Ainda espero para o nosso ultimo duelo.
e tu que és a dor mais dolorosa
com teu manto negro se chamas morte
mata o cravo e a rosa
o fraco e o forte
tu que apagas as luzes
e canta em sussurros
e rastejando com pressa
vens correndo no escuro
oh anjo negro
que vens com os olhos famintos
que no mais profundo silêncio
nos mostra teu grito maldito
aniquilas o mau e o bem
e voa a luz do luar
caçando as almas convidadas
para morar em teu lar
me torturas com essa impaciência
de não saber o dia ou a hora
nem quando parte o trem
que vai nos levar embora
não riam que não se foi
era um demônio maldito
e ainda ouço seu grito
a morte cega o levou
na viagem livre caída
na estrada larga e comprida
que pra sua casa voltou
luzes que me atormentam
e o vento mau que me cerca
proteja-me do perigo
ainda que louco e ferido
façam pra mim uma festa
da pouca vida que resta
e leve-me ao infinito.
Cicero Chaves 02-12-07
Sobre as verdades
enquanto correm os sussurros
tão vagabundos quanto à rua
me dizem verdades tão nuas
de vídeos cegos e surdos
nos olhos grandes e turvos
da face escura da lua
e é isso o que mais assusta
por não ter fim essa luta
se por um lado a duvida da incerteza
do outro da verdade a clareza
não vou te pedir desculpa
sem nem saber da minha culpa
os pratos estão mesa
sirva-se você mesma
do que te leva a loucura
é disso que temos fartura
é do mistério da vida
é da verdade escondida
e a mentira tão pura
a flor da esperança divina
toda a ciência da china
nos muitos pedidos de ajuda
e as juras de amor eterno
seria mentir tudo que disse
seria viver, uma tolice
mas burrice, é crer no inferno!
Cicero Chaves - 16-01-2008
Era mentira
atrevessamos um rio
que foi aberto
pena, nimgeum viu
não tinha uma camêra perto
escreveram em pedras
e disseram que foi deus
enquanto isso um bezerro de ouro
era adorado pelos teus
os ultimos terão marcas na testa
o nivel do mar sobiu
a verade é essa
deus estava errado e ninguem viu
o céus irão se abrir
e algum dia foram fechados?
dos que sabiam a verdade
enforcados e queimados
seu deus é unico
é luz, amor amizade
e todos os nossos
trevras, odio e maldade
alguem falou
e algeum ouviu
deus estava errado
e nimgeum viu...
Cicero Chaves 16-02-08
Para uma amiga muito especial.
Manuh, é pa tuh...
Um dia o mundo parou de girar,
o sol perdeu seu brilho,
os ventos não sopravam mais...
a chuva não molhava,
o calor não esquentava
pediram para todos os deuses
todos os cientistas pesquisaram
mas era tudo em vão,
nada dava certo.
permancia o mundo,
em caos, em guerra
no escuro
a terra toda em trevas...
até que um dia
nasceu Manuh
o sol se acendeu para dar bom dia a ela
e a chuva molhou
para que ela tivesse seu primeiro banho
e o vento soprou
para a secar
o calor voutou a aquecer
para que ela podesse dormir quentinha...
a terra girou, para que todos podessem a ver
a guerra parou
o caos terminou
Manuh acabou de nascer...
Ciço - 16-02-08
Eu sei que nem sei...
E eu sei que nem sei.
a infame loucura do mundo
que devora tudo e todos
ao mundo que não é normal
a esse mundo de loucos
o que nos faz pensar
que temos poder sobre algo
que podemos dominar o futuro
ou contar o passado
e o que eu sei
é que já não sei
esqueço o numero de besteiras
que penso, ou que pensei
compro remédio para esquecimento
mas esqueço de tomar
escrevo lindos discursos
mas nem me deixam falar
quem nos deu o direito
de prender ou matar animais
vivemos tão parecidos
talvez sejamos iguais
não sei se devo continuar
eu nem sei mais do que falar
nem carece ter sentido
só precisa rimar
mas rimas de verbos
são rimas fracas
ou rimas falsas
rimas sem elo
rimas de ferro
talvez uma faca
escrevo na frente do computador
numa noite quente e clara
poderia estar na rua feliz
se tivesse uma namorada
minha única namorada agora
é a lua
que vem me ver escrever
lá do meio da rua
ouço musicas estranhas
podem ser ditas musicas de loucos
"eu sou o servo dos loucos de deus"
sorte que são tão poucos
sai estrela nebulosa
que vens me vigiar
sei que pelo buraco da porta
estais a me olhar
porque devo ser normal?
não tem graça me vestir bem
não quero ficar bonito
não tenho que agradar ninguém
são loucos os jovens que ouvem rock
e pedem paz
os adultos fazem guerras
e são normais
-e os animais?
vem e me diz um velho doutor:
são instrumentos de pesquisa
para nosso conforto
e ao nosso dispor.
e é né
seu velho safado
eu queria ver você na África
por leão sendo devorado
e hoje em dia
ninguém mais tem tempo
acho que o tempo é quem nos tem
mas esse já é outro pensamento
não vão parar
para ler um poema diferente
os devaneios de um tolo
um coitado inocente
todo escritor
escreve na esperança
de que leiam suas coisas
e que as guardem de lembrança
mas e o mundo dos loucos?
-um cabeludo vem e me diz:
o mundo é todos
louco é sinônimo de feliz
esse sim
esse eu queria ver no paraíso
rodeado de beleza
em meio à natureza
sem correr perigo
e sem precisar de abrigo
mas e o devorador dos mundos?
isso eu mesmo repondo:
esses somos nos
já viu a teoria dos insetos?
as crianças sentirão
talvez quando forem avós!
e pra não dizer
que ficou sem final
abraços a todos
de um jovem anormal.
Cicero Chaves - 26-12-07
Por amar, morrer, pra te ver, matar...
Palpitantes olhos famintos
Esperavam por sua sombra na porta
Meu peito acelerado
Não sabia se estavas morta
Ao pé da cama
Eu sentei e chorei
Lavei minha alma
Com o pranto que derramei
Com a luz apagada
Envolvido com um cobertor
Eu não pude ver nada
Fui cegado pela dor
E logo que o dia amanheceu
Abri os olhos e levantei
Gritei que o culpado fui eu
Por tudo que ela fez
Saiu com o corpo nu
E correu em direção ao mar
Disse preferir morrer
Se eu não pudesse a amar.
Caiu, e não sentiu chegar ao fim.
Caiu, e não sentiu chegar ao fim.
De tão grande o ódio explode
Uma bomba sem tamanho
Com apenas um olhar teu
Acabar de vez meu sonho
Com o piscar de um só olho
Desmorona meu castelo
Tremo um medo mal intenso
Vindo de um rosto tão belo
Levantar depois da queda
Ainda dói mais do que cair
Correr por entre as flechas
Sem saber pra onde ir
Só ao toque de um dedo
Sem saber o que aconteceu
Quando, quem, onde e por que.
E ir embora sem adeus
Cair e não chegar ao chão
Não ouvir o som dos tiros
Quando o ódio explode na mão
Penetra meu coração
Já sei que estou ferido
Vejo chegar o abismo
E me tomar de escuridão
Amém que morreu mais um
Sem ter culpa do acaso
A morte é fato comum
Não tem presa nem atraso
Presenteia qualquer um
Com sucesso ou com fracasso.
Cicero Chaves 25-02-2008
Colônia.
Colônia.
Meu Brazil ó pátria amada
minha idolatria é sem hora
pelo povo és aclamada
linda e igual a nada
em se tratando de flora
Meu Brazil ó pátria armada
te declinas ao fracasso
tu que és a morada
ou de cobras a ninhada
que te retalham em pedaços
já fostes tão inocente
lar dos teus filhos legítimos
que se tornaram clientes
de homens que roubam e mentem
e te tratam como lixo
hoje vivemos em guerra
como o filho que na mãe bate
alguns se matam por terra
outros queimam o que resta
e isso é por toda parte
vamos cantar o hino
com as mãos dentro do bolso
pra se livrar dos meninos
que passam correndo e rindo
que as vezes querem tão pouco
não querem o teu dinheiro
querem amor e cultura
dos filhos teus verdadeiros
dos nativos herdeiros
contaminados pela loucura
pegou do homem branco a doença
que veio até nos por negocio
nos ensinou sua crença
nos lavou de água benta
e nos privou do que é nosso
na tua bandeira é assim
verde, azul e amarela
o tamanho deve diminuir
e terias que pintar ela
de verde folha para verde dólar
de azul lago para azul esgoto
e em lugar do amarelo ouro
desenharias um bolso.
Cicero Chaves 25-02-2008
Morreu o Poeta.
Ao mundo meu trabalho
Deixo salva minha vida
Minha historia foi contada
Em alegria ou em agonia
Minha vida foi escrita
Em palavras doce rimas
Pelos amigos transcritas
Escreveram minha vida
Passaram os dias e eu
Sozinho a vagar na rua
Pensei que podia voar
Achei que podia ir pra lua
Pulei do ultimo andar (do prédio)
Cai no meio da rua
O povo que foi olhar
Disse que a culpa foi sua
Já não vivia pra vida
Deixou pra viver por você
Nem curava mais as feridas
Preferia parar e te ver
Mas se você não quis nada
Ele preferiu morrer
Triste destino do pobre
Amar e não ser amado
Um sentimento tão nobre
E agora desfigurado
Jogado no meio da rua
Morto, sozinho e maltratado.
Cicero Chaves 06-03-08
Dor por dor nada resolve.
Dor por dor nada resolve.
coração chorou meu
olho lagrima caiu dor
peito apertou doeu
olho molhado amor
eu palavra escreveu
fantasia noite sonhou
viu rosto lua seu
corpo luz branco sonhou
fogo queimou mão
quente pegou mão
pequeno meu ardeu coração
dia teve esse inicio guerra
céu sobiu anjo
inferno vinha do
caindo chão pena
mão foto tu
sentou chão molhado
chorou anjo subido
mordeu céu viu
pena anjo sem caido
nada nos faz tão ausentes
quanto a falta do que falar
nada nos faz tão dementes
quando não se tem a quem amar
a solidão voa por entre nuvens de sangue
tão habitadas quanto chão de guerra
e é essa chuva que molha a mesma terra
canetas coloridas escrevem meu nome
e não aparece nenhuma das cores
nenhuma esconde minhas dores.
Cicero Chaves 19:27 terça-feira,18 de Maio de 2008, Caetés PE.
Faz do teu corpo terra.
Faz do teu corpo a terra.
a face feia e cruel da morte
se esconde no vasto território da noite
enquanto de uma face da terra é vida
a outra é plena ferida
e se te ofendes falar de efeito estufa
experimenta ceder teu corpo para os insetos
verás arrancar teus pelos
e com fogo queimar teus cabelos
verás derramar teu sangue inutilmente
e o calor da morte te deixar demente
e verás quanto suor expeles
e os insetos sopraras
e teu corpo, tremeras
e tentaras matar qualquer vida sobre tua pele
e agora doente e quase sem cura
tentam minimamente aliviar tua dor
mas me parece loucura
em pleno ódio, lembrar o amor
e vendo aos poucos derreter
mas não te importas com as geleiras
e nada queres fazer
se tens tua própria geladeira
só vejo a solução
eficaz no nosso caso
meteoro igual aquele
que extinguiu os dinossauros
quem criou o mundo
em seis dias foi teu deus
e penso que no sétimo
se arrependeu..
Cicero Chaves 03-12-07
Anjos 1
Anjos 1
anjinho porque caísse
do céu azul te jogaram
e quando mergulhasse ouvisse
as vozes que te chamavam
anjinho porque saíste
da vida tão pura e bela
dos sonhos teus desistisse
voando através da janela
os anjos não evitaram
que tu as asas abrisse
e pelos ventos voaram
ouvindo o que você disse
Deus porque me criasse
e as minhas asas abrisse
porque voar me deixasse
porque de cair não impedisse
Cicero Chaves 05-2007
Ao Mestre
Ao Mestre.
Ariano Suassuna
mestre no seus encantos
suas obras uma fortuna
encantou dos risos aos prantos
em seus encantos
cada palavra tem um fim
e o final do conto
não sei, só sei que foi assim.
na tv pois lampião
fez verdade na historia
expôs ao mundo o sertão
fez de sua vida gloria
perdeu o pai muito cedo
morto pela ditadura
foi perseguido pelo medo
mas continuou na luta
hoje este bravo ancião
que escreve com bravura
é um homem do sertão
que o sucesso fez altura
este velho é meu herói
Ariano Suassuna!!!
Cicero Chaves
Conversando com as pedras
Conversando com as pedras.
As pedras me perguntaram
se busco na noite um refugio
do mundo insano em que vivo
e olhando pra lua as digo:
eu venho do mundo das luzes
onde os homens temem a morte
e dito isso interrompem
perguntado: você não tem?
medo da morte certa
que te leva por mal ou por bem
e respondo que nunca tive
medo de um dia morrer
estou até curioso
pra o que tem do outro lado saber.
Cicero Chaves 02-2007
O Ultimo grito do poeta.
quando toco sua alma
reflito nos olhos o teu rosto
sentimento que me mata
já sinto a corda no pescoço
tua face me ilumina
e os olhos teus a me guiar
sorriso doce de menina
já sinto a corda sufocar
tento outra vez me levantar
chamar com isso atenção
para que possa me notar
no peito uma enorme pressão
grito desesperado a te chamar
quero que só você veja
o ultimo poema a declamar
antes que meu corpo morto esteja.
Cicero Chaves - 29-05-2007
Uma Noite
Uma Noite
Caminhando pela praça
vendo o dia acontecer
esperando pela lua
vi o sol adormecer
fui tocando minha lira
sou poeta estou contente
não planejo meu futuro
faço a vida no presente
no meu tempo de criança
fui menino inocente
hoje no tempo de moço
sou um jovem indolente
confusão eu não arrumo
mas também não peço arrego
só brigo se for preciso
vivo a vida no sossego
e nessa noite fria
estou sozinho na praça
uivando pra lua
cantando minha desgraça
não sou lobo nem cão
sou homem desesperado
chorando a minha paixão
com o coração rasgado
expulsando minhas lagrimas
e vivendo em desalento
eliminando do peito
este inerte sentimento
e quando o dia amanhece
me retiro em silêncio
faço baixo minhas preces
ajoelhado ao firmamento
sou poeta sou sozinho
sou pessoa invisível
isolado em solidão
fortaleza indestrutível.
Cicero Chaves 24-08-2007
Mate-me
Mate-me.
uma coisa me atingiu
não posso descrever em sentimentos
é uma mistura de saudade e ódio
é uma coisa que me rasga por dentro
meche com os meus olhos
e me faz chorar por um momento
é como se o medo me devorasse
e eu já não sei mais o que fazer
como se você me evitasse
é uma dor que não posso mais esconder
como se eu soubesse
de algo que não podia saber
é uma coisa triste como o frio
e que faz o meu corpo tremer
e na água congelada do rio
eu mergulhasse ao amanhecer
você riu de mim quando ouviu
que eu disse que amava você
abriu meu peito lentamente
e arrancou meu coração ainda batendo
meu corpo não estava mais quente
eu estava por dentro morrendo
um homem a Deus tão temente
deve passar a vida sofrendo?
mate-me de uma vez
crave em meu peito uma faca
termine o trabalho que fez
e tire o que ainda lhe falta
o sonho que uma dia sonhei
de tela em minha morada.
quando terminar
feche meus olhos
coloque fogo e deixe queimar
não deixe sobrar ossos
e jogue minhas cinzas ao mar.
Cicero Chaves - 11-09-2007
Soneto da crueldade xD.
Soneto da crueldade xD.
Luzes que nunca acendem
agora iluminam sua face
flores que nunca abrem
agora choram por ti
mil laminas a fatiar
teu rosto clama toda dor
busco em teus olhos meu lar
e em teu corpo o calor
e em um grito de dor
o olho claro escurece
e o corpo quente padece
teu corpo rejeita
num ato de dor
todo sentimento de amor.
Cicero Chaves
Conto Suicida.
Diga logo a verdade.
acordei junto ao sol
o céu de hoje brilhava
sonhei com você ontem a noite
e se pudesse não acordava
tomei o café da manhã
estava a mesa aquilo tudo
tudo aquilo que eu gostava
enquanto eu comia
ouvia um pássaro que cantava
fui ao guarda roupas
peguei a primeira camisa que vi
lembrei que estava a usando
no dia em que a conheci
sai para o colégio
estava tudo perfeito
meu sorriso estampado na cara
poucas vezes estava daquele jeito
foi ai que ouvi uma musica
que me lembrou de você
olhando e sorrindo pra mim
como em cenas de tevê
em câmera lenta
imagem envelhecida
e eu de frente pra você
lembrei que havia ido
com você ver um colar
um que você queria muito
então resolvi comprar
tinha mil palavras na boca
todas pra te contar
do sonho que tive de nós dois
e eu resolvi te amar
vi um amigo seu
que eu não gostava muito
segurando sua mão
e te dando um colar
o qual você queria muito
e eu acabara de comprar
a câmera gira ao redor de mim
a imagem agora é em preto e branco
em câmera lenta outra vez
o dia escurece e o sol se esconde
como se pedisse desculpas...
meus olhos
ah meus olhos
que se encheram de lagrimas
que se encheram de ódio
passei por você de cabeça baixa
você disse bom dia
eu olhei pra você pra você
e juro, não entendia
durante as três primeiras aulas
eu sentei sozinho no canto sala
porque eu estava assim
todo mundo perguntava
e eu apenas respondia
é besteira, não é nada
então resolvi ir pra casa
e fugi do colégio
tranquei-me no quarto
peguei e tomei todos os remédios
chorei, gritei, quebrei tudo
deite-me ao chão e fiquei lá
pensando qual a razão do mundo
de resolver me odiar
meu telefone toca
mas eu não atendo
a secretaria eletrônica se liga e diz:
“Oi eu estou no colégio, deixe seu numero,
quando eu voltar eu retorno”. "Bip!"
ela: Oi, eu estou te ligando
porque não te achei na escola,
queria saber se estava bem
hoje é meu aniversario de 15 anos
quero que seja meu par na valsa
fiz surpresa, porque você
é a pessoa que mais amo no mundo,
espero que não esqueça disso...
Quem Sou Eu?
Quem sou eu?
Quem sou eu?
Um espírito mal que se perdeu?
Um anjo que não sabe o caminho de casa?
A estrela que caiu?
A criança que sorriu?
O negro trabalhador?
Um playboy sem valor?
Que tem tudo que sonhou?
Quem sou eu?
Quem sou eu?
A luz que brilha de dia?
Uma sombra no meio da noite?
O negro levando açoite?
Quem sou eu?
O filho que não nasceu?
O fim dos seus problemas?
O inicio deles?
O inicio?
O meio?
O fim?
Sou bom?
Sou ruim?
Sou o cara alegre demais?
O garoto em depressão?
Um bandido na prisão?
Um santo no paraíso?
O pecado por trás do sorriso?
Quem sou eu?
A dor do esquecimento?
A lembrança de um momento?
A faca sega sem ponta?
O pássaro negro agourento?
O peito aberto sangrento?
Quem sou eu?
Será sua salvação?
O inicio da perdição?
O olho do furacão?
A sombra de um dia quente?
O encosto?
O crente?
Quem sou eu?
Sou o mestre?
O aprendiz?
O amigo?
O inimigo?
O curador?
O ferido?
A flecha?
O peito?
A espada?
O escudo?
A luz?
O escuro?
Quem sou eu?
Quem porra sou eu?
Me responda?
Me pergunte?
Me esqueça?
Me conheça?
Me diga?
Quem sou eu?
Continuar...
Continuar...
sonhar com a vida de esperanças
se desesperar quando o café demora
quando o amor te aponta a lança
e você chora, e você chora
fechasse na solidão
beber contra a vontade
o café amargo
porque é única coisa que tenho
que me resta
e quando a fome
abre o apetite para amar
me torno anorexico
se for sede
eu bebo o mar
e me torno
e me transtorno
é o vento do duende verde
que sopra o conto dos vadios
loucos tardios
vê aquilo pendurado na arvore?
eu lembro
era a minha cabeça
tenho que continuar
antes que me esqueça
quando a luz do luar me alcança
me põe de frente
pra você sozinha
deslizando minha mão em você tão clarinha
pra que você me enfrente
ardente era o sol da manhã
claro com clarão da primeira luz
brilhava tanto quanto
o manto que cobria
nossos corpos nus
do que mais me resta é sonhar
rimar frases perfeitas
ter a ilusão ridícula do amor
sem coragem
aflito na solidão dos doidos
continuar
e quem sabe talvez
continuar
olhar teus olhos e
continuar
sorrir teu sorriso e
continuar
pensar te amo e
continuar
tremer, suar e
continuar
ver você passar, ir embora e
continuar...
08-07-2008, Cicero Chaves.
Revolta II
Em meio a uma paz forçada
Infelizes sorrisos falsos
Grandes olhos pensativos atentos
A um grande caos que caia do alto
Crio a revolta em meio ao sonho
Rasgo as paginas do livro colorido
E caem como gotas de uma chuva de tiros
O pesadelo por trás de tudo era ainda ativo
Meus dedos disparavam mil mortes
Mil destinos se abriam em minha mente
Sem esperança tive cem previsões
Todas atômicas e radioativas
Mas por um momento eu te vi
Levantei a cabeça e me armei novamente
Gritei e corri
Contra a paz que eu não quero seguir
Contra todos os sentimentos falsos
Que eu não quero sentir
Meu corpo tremia a cada recomeço
A cada retirada ficava um pedaço meu
A cada vitória ficava um pedaço meu
A cada derrota ficava um pedaço meu
Quando finalmente isso acabar
Iludido penso eu
Quando os homens pararem de guerrear
Não restará um único pedaço meu
A dor de não sentir dor
Por trás tudo que é falso ele errou
Caminhou para a paz verdadeira
Mas não guardou o caminho.
Mas tenho certeza de que outras oportunidades de nos vermos virão.
Cicero Chaves. 09-07-2008
Revolta III
Em vez da fala, o silêncio
Em vez de ordem o acaso
Vou escrevendo o que penso
Nem leio certo ou errado
A fúria dos ventos fortes
Vindos do grande deus
Que uiva adentro as igrejas
Condenando os ateus
Castigam severamente
Tiram o direito de céu
Dos tolos que ainda esperam
Pelo Papai-Noel
As cruzes todas de pé
Esperam corpos impuros
Um homem e uma mulher
Entre chutes e murros
Crucificam seus amigos
Crentes burros, estúpidos
Brigam entre si
Uns quebram outros adoram
Imagens de pessoas
Que aos tolos tapearam
Não façam perguntas
das quais ja tem a resposta
Prefiro ser o que sou
A ter uma atitude imposta.
Cicero Chaves Lemos Junior, quarta-feira, 3 de Setembro de 2008, 23:25
Caminho de Cego
Caminho de Cego
Caminhos assim seguiam
calando memórias recentes
zombando amores inocentes
que pela estrada caiam
num passo torto eles iam
atados pelas correntes
fisgado pelos discrentes
que quase nunca sentiam
chamado por um sopro quente
saiu o pobre demente
da trilha em que seguiam
achando a que no amor era crente
ficaram juntos pra sempre
crendo que sempre amariam.
Cicero Chaves 28-09-08
Soneto do céu choroso
Eis que a tarde entristecida
cai sobre os campos floridos
um ar pesado de tristeza
sopra manchando os sorrisos
as nuvens cercam o sol
escondendo sua luz
quando oque era claro escurece
o frio o calor reduz
relâmpagos tentam assustar
com o trovão a gargalhar
e correm por entre as nuvens
como cobras de fogo
fazendo tremer o povo
que ja tem no sorriso ferrugem
Cicero Chaves 31-08-08
Soneto do céu choroso
Eis que a tarde entristecida
cai sobre os campos floridos
um ar pesado de tristeza
sopra manchando os sorrisos
as nuvens cercam o sol
escondendo sua luz
quando oque era claro escurece
o frio o calor reduz
relâmpagos tentam assustar
com o trovão a gargalhar
e correm por entre as nuvens
como cobras de fogo
fazendo tremer o povo
que ja tem no sorriso ferrugem
Cicero Chaves 31-08-08
O Arame.
O arame na arvore que me olhava
Pretendia me atar
Planejava me ma matar
Enquanto isso a chuva molhava
A agua corria, escoava
Realmente queria molhar
Fazer o aço suar
Que mesmo assim me mirava
O vento a soprar
O arame a balançar
Mas meu oráculo avisava
Fez a pedra me derrubar
E o arme me enforcar
O dia morto eu acabara.
Cicero Chaves Lemos Jr. 29-09-2008
Chão
Do chão que brotava a planta
Pedras, paus, terra e historia
Terra das pedras em guerras sem glória
Que um dia inocência fora tanta
Terra de povos, olhos e antas
Não cuida de onde mora
Se fica ruim vai embora
Onde tem mata arranca
Onde prolifera a flora
Nasce a rosa
E tudo que é coisa santa
Onde voltam os que foram embora
Que são os assassinos de agora
É onde se enterram as antas.
Cicero Chaves Lemos Jr. 29-09-2008
Quero
A vida não é feita de ilusões
Mas me deixa sonhar
Pode ser de permissões
Então me deixa passar
Me deixa que hoje eu quero
Quero sentir, quero voar
Deixa expor meus desejos
Quero querer o que pra querer se ha.
Quero morder teu pescoço
Quero te beijar
Quero acariciar teu corpo
Quero que queira me amar
Quer libertar a mente
Quer sem limites de fronteira viajar
Quero ir por onde não sei
Quero me desconhecer e explorar
Quero querer diferente
Quero querer o que pra querer se ha.
Quero ir em frente, retroceder ou dar voltas
Quero poder nunca parar
Quero querer nunca não te querer
Quero querer sempre te amar
E quero sempre querer...
Cicero Chaves 18-10-2008